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'Antes era atentado contra democracia, agora é atentado à economia', diz Alckmin sobre Bolsonaro

Declaração ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir impor taxas de 50% sobre produtos brasileiros

Alckmin também criticou a atuação de Bolsonaro nas áreas da Saúde e do Meio Ambiente (Leandro Fonseca/Exame)

Alckmin também criticou a atuação de Bolsonaro nas áreas da Saúde e do Meio Ambiente (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
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Publicado em 11 de julho de 2025 às 08h37.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta quinta-feira, 10, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e políticos aliados "continuam trabalhando contra o interesse brasileiro" mesmo fora do governo federal.

A declaração ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

"Do ponto de vista institucional, (houve) campanha (bolsonarista) contra as instituições e a tentativa de golpe. Agora a gente vê que esse clã (Bolsonaro), mesmo fora do governo, continua trabalhando contra o interesse brasileiro e o povo brasileiro. Antes era um atentado contra a democracia, agora é um atentado à economia, prejudicando as empresas e os empregos", disse o vice-presidente durante coletiva de imprensa.

Alckmin também criticou a atuação de Bolsonaro nas áreas da Saúde e do Meio Ambiente:

"Nós já constatávamos que o clã Bolsonaro trabalhou contra o interesse do país e do povo brasileiro. Fomos verificar. Na saúde, foram mais de 700 mil mortos na Covid. Três vezes a média mundial. Pelo negacionismo e pela campanha anti-vacina. No ponto de vista da infraestrutura, uma negação total num país continental como é o Brasil. Do ponto de vista do meio ambiente, o maior desmatamento, o que ia comprometer também o agro, porque ia dificultar as exportações brasileiras", afirmou.

Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Bolsonaro "deveria assumir a responsabilidade" pela imposição das tarifas. Segundo o petista, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria atuado diretamente para convencer Donald Trump a adotar medidas contra o país — o que seria uma forma de retaliação ao avanço das investigações judiciais que envolvem seu pai.

"O ex-presidente deveria assumir a responsabilidade, porque ele está concordando com a taxação do Brasil. Aliás, foi o filho dele que foi lá fazer a cabeça do Trump, que começa uma carta tentando fazer um julgamento de um processo que está na mão da Suprema Corte. É um processo que não tem julgamento político não, se nos autos dizer que a pessoa errou, será condenado. É assim que é o Brasil".

Lula classificou o episódio como uma tentativa de uso eleitoral da relação bilateral. Disse que é “inadmissível” que interesses externos se sobreponham à soberania brasileira e reforçou que o país saberá responder com firmeza e equilíbrio. Ele encerrou a entrevista anunciando que as tratativas diplomáticas já estão em curso e que eventuais sanções ou ações comerciais dependerão da condução do Itamaraty.

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