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Antes de reunião, Temer diz que governo deve conversar mais

Governo precisa conversar mais e dialogar com os aliados, segundo o vice-presidente, pouco antes de reunião da equipe econômica com cúpula do PMDB


	Michel Temer (PMDB): "é preciso conversar mais para sensibilizar os aliados. Para tocar a mesma música"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer (PMDB): "é preciso conversar mais para sensibilizar os aliados. Para tocar a mesma música" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 22h09.

Brasília- O governo precisa conversar mais e dialogar com os aliados para "tocar a mesma música", disse o vice-presidente, Michel Temer, nesta segunda-feira, pouco antes de receber a equipe econômica para um jantar com a cúpula do PMDB, em que serão defendidas as mudanças no acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.

"É preciso conversar mais para sensibilizar os aliados. Para tocar a mesma música", disse à Reuters o vice-presidente, que realiza o jantar na noite desta segunda-feira no Palácio do Jaburu.

Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, do Planejamento, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vão participar do encontro em que apresentarão à cúpula do PMDB um panorama da economia e farão uma defesa da necessidade das mudanças no acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas.

O governo avalia que essas medidas podem representar uma economia de até 18 bilhões por ano, num momento de forte ajuste fiscal.

As medidas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional, por isso o governo pretende sensibilizar o maior aliado a aprová-las sem alterações drásticas. As mudanças para tornar mais rígido o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários foram feitas por duas medidas provisórias, editadas no fim do ano passado.

Desde então, ministros fizeram algumas reuniões com as centrais sindicais, que resistem às mudanças, mas o governo ainda não conseguiu mobilizar os partidos aliados para sua aprovação no Congresso. Essa falta de articulação tem aumentado a resistência, até mesmo entre petistas, às mudanças propostas pela presidente Dilma Rousseff e que são fundamentais para o ajuste fiscal deste ano.

"É a primeira vez que o Levy está se reunindo com um grupo para falar sobre o ajuste fiscal", disse Temer, que também preside o PMDB, em relação ao diálogo com parlamentares sobre as medidas. "E veja que é sempre o PMDB que tenta ajudar nessa articulação. Foi assim também durante a aprovação do projeto que alterava a meta de superávit do ano passado", afirmou o vice-presidente.

No fim do ano passado, Temer liderou as difíceis articulações com aliados para aprovar um projeto de lei que alterava a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, permitindo que o governo abatesse da meta de superávit todos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias para atingir a meta de superávit, tornando menor o esforço fiscal. Mesmo assim, o governo fechou o ano com déficit.

Temer referiu-se à importância do partido, que é o maior aliado do governo no Congresso, num momento em que a relação entre o PMDB e o Executivo está estremecida e crescem as incertezas dentro com o comportamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que sempre foi apontado como desafeto no Palácio do Planalto.

Numa tentativa de aproximação com Cunha, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi escalado para refazer as pontes com o peemedebista. Nesta segunda-feira, ele almoçou com o presidente da Câmara para tentar "restabelecer o canal de diálogo", segundo uma fonte do Palácio do Planalto.

A aproximação com Cunha ocorre também depois de uma reunião entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu antes do Carnaval e na qual ele teria aconselhado a presidente, segundo essa fonte, a criar um ambiente de convivência com o presidente da Câmara. Mercadante também irá ao jantar de Temer.

O vice-presidente também tentou dissipar essa tensão entre o PMDB e o governo e disse que ele tem proximidade com a presidente e conversou ela nos últimos dias sobre os comentários recentes de que o partido não está comprometido com o sucesso do governo.

"Eu falei com a presidente no sábado (após a veiculação de notícias de que o vice-presidente se sentia isolado no governo) e disse a ela que se ela quisesse poderia desmentir o noticiário, porque nós temos proximidade e sempre conversamos", disse Temer, acrescentando que ela teria desmentido as notícias.

Participam do jantar nesta segunda todos os ministros do PMDB, os líderes do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (CE), e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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