Plataforma da Petrobras: definição do preço do barril de petróleo para a capitalização da estatal vem se arrastando há dias (Arquivo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2010 às 12h34.
Rio de Janeiro - O preço final do barril do petróleo que será usado na capitalização da Petrobras será definido apenas após a certificadora contratada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entregar o relatório final no dia 30, disse à Reuters o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima.
Após passar toda a quarta-feira em Brasília assistindo com ministros e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a apresentação das certificadoras contratadas para avaliação de reservas da bacia de Santos, que serão utilizadas na operação, Lima informou que as negociações "caminham para convergência" e que na opinião dele o preço deveria ficar "acima de 8 dólares o barril".
"Vai convergir para um ponto em comum em 30 de agosto, para mim acima de 8 (US$/b) está bom e 5 e 6 (US$/b) é muito barato", reafirmou o executivo, que já havia exposto a sua opinião em entrevista no início do mês.
O preço final do barril que apontará o tamanho do aumento de capital da estatal ainda é motivo de resistência por parte da Petrobras, segundo fontes, já que companhia defende um preço em torno dos 6 dólares.
Essa queda de braço, de acordo com Lima, não significa desentendimentos graves entre as duas partes --Petrobras e União. Após o relatório da certificadora da ANP, os ministros envolvidos na negociação vão decidir qual será o preço que será levado como sugestão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Participam desse processo a ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra; o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
"Os ministros vão se entender entre eles para levar o preço para o Lula, não se podia tomar decisão apenas com uma apresentação oral", explicou o executivo referindo-se às apresentações feitas na quarta-feira pelas certificadoras Gaffney, Cline & Associates (GCA), contratada pela ANP, e DeGolyer and MacNaughton, da parte da Petrobras.
A primeira a se apresentar foi a GCA, segundo Lima, e na parte da tarde a DeGolyer demonstrou seus números.
Além da divergência em relação ao preço do barril no processo de cessão onerosa, Lima disse que não foram definidas também as áreas de exploração de petróleo que o governo concederá à Petrobras em troca de novas ações da empresa, em operação intermediada por títulos públicos.
O prospecto Franco, que na avaliação da certificadora contratada pela ANP tem volume suficiente para atingir os 5 bilhões de barris que serão usados na capitalização, seria menor na avaliação da certificadora da Petrobras.
"Na minha opinião tem mais de 5 bilhões (de barris em Franco), mas estamos conversando também sobre usar Guará ou Tupi Nordeste", afirmou o diretor-geral da ANP.
Se Lula bater o martelo em 8 dólares o barril, como defende Lima, a parte do governo, que detém 32 por cento do capital da estatal, corresponderia a 40 bilhões de dólares no aumento de capital da Petrobras.
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