Bolsonaro: ex-presidente pode ser beneficiado pela proposta (Ton Molina/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 21 de setembro de 2025 às 08h01.
rTramitação acelerada, anistia que se encaminha para se tornar um alívio de penas e votação prevista para a próxima semana. A aprovação da urgência do PL da anistia nesta semana movimentará o plenário da Câmara dos Deputados — e a política nacional.
Após um motim de parlamentares de oposição e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), prometeu pautar o projeto que visa conceder anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e aos envolvidos por tentativa de golpe de Estado.
O relator do texto será o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), que deu detalhes nesses últimos dias do que pensa sobre o texto. A ideia é criar um consenso para a matéria ser aprovada na Câmara e no Senado.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), afirmou em mais de uma oportunidade que não é favorável a uma anistia ampla e irrestrita.
Segundo Paulinho, a proposta tratará apenas da dosimetria das penas, ou seja, dos anos de pena determinados pelo STF, sugerindo uma redução que atinja todos os envolvidos na trama golpista.
O deputado disse que conversará com governadores e outros atores políticos neste final de semana para iniciar a construção do texto.
Na quinta-feira, 18, o parlamentar se reunir com o ex-presidente Michel Temer para tratar do texto.
Na segunda-feira, 22, o parlamentar deve se reunir com as bancadas parlamentares. Paulinho reforçou que a proposta não agradará a todos, mas será necessária para “pacificar o país”.
Segundo Paulinho, é preciso convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) que o país precisa ser pacificado.
O deputado disse que tem uma relação de longo prazo com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, relator da ação penal que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados.
Em meio ao discurso do relator por consenso, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL), disse em publicações no X que seu partido segue defendendo a anistia e que dosimetria é algo definido pelo Judiciário.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, disse na noite de sexta-feira, 20, que não aceitará uma proposta alternativa a uma anistia “ampla e irrestrita”.
Eduardo defendeu junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a imposição de tarifas de importação de 50% e sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e membros do governo federal como represália do andamento do processo contra o seu pai.
Em entrevista à CNN Brasil, Paulinho da Força afirmou que Bolsonaro será beneficiado com a redução de penas a partir da aprovação do projeto de lei que irá dosar as consequências para aqueles que participaram dos atos golpistas do 8 de janeiro.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de pena privativa em regime fechado, sendo 24 anos e 9 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses em detenção.
Os crimes foram:
O relator disse que o texto deve reduzir a pena de “alguns crimes” que foram imputados ao ex-presidente. Ele reforçou que o benefício será para todos os envolvidos e não apenas Bolsonaro.
O relator reforçou que não existe chance da matéria não ser votada na Câmara e detalhou que a expectativa é que o novo texto seja pautado em até duas semanas.
Paulinho da Força disse que há expectativa de a matéria avançar para ser votada na quarta-feira, 24.
Como o texto teve a urgência aprovada, não é necessário passar por comissões temáticas e pode ser votado direto no plenário.