Indústria automobilística pode perder competitividade com câmbio valorizado, diz Belini (.)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2010 às 16h15.
São Paulo - A valorização do real frente ao dólar preocupa a indústria automobilística. Segundo o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, uma moeda forte pode afastar os investimentos internacionais no país nos próximos anos.
"De 2010 até 2012 estão previstos 11,2 bilhões de dólares em investimentos das montadoras no Brasil. Isso pode diminuir à medida que o real fica mais caro, porque perdemos nossa competitividade", afirmou Belini durante coletiva da ANFAVEA.
De acordo com o presidente da entidade, embora o equilíbrio atual entre importações e exportações de veículos não seja preocupante, a tendência é. Em 2005, as exportações do setor automotivo representavam 30,7% do mercado, enquanto as importações chegavam a 5,1%. Em 2010, estes percentuais chegaram a 14% e 18,1%, respectivamente.
Entre janeiro e agosto deste ano, a balança comercial do setor acumula um déficit de 3,8 bilhões de dólares. A projeção para o fim do ano é que este valor chegue a 5,5 bilhões de dólares.
"O real vai continuar forte por causa da entrada de capital, independente da política monetária. Esse desequilíbrio entre exportações e importações tende a continuar crescendo, e isso nos preocupa", afirmou.
Para Belini, o caminho para a indústria automobilística é o da competitividade. "Estamos estudando junto ao governo como tornar nossa produção mais competitiva", disse. Ele enfatizou que a indústria não pode esperar apenas por intervenções de política cambial para reduzir o déficit da balança comercial do setor.
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