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Andrade Gutierrez confessa propina e pagará multa de R$ 1 bi

Investigada na Operação Lava Jato, a empreiteira confessou desvios de dinheiro público nas obras da Copa do Mundo. Veja mais detalhes do acordo.


	Obras da Arena da Amazônia, em Manaus, construída pela Andrade Gutierrez
 (Divulgação HSM)

Obras da Arena da Amazônia, em Manaus, construída pela Andrade Gutierrez (Divulgação HSM)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2015 às 07h25.

São Paulo - A empreiteira Andrade Gutierrez assinou acordo com a força-tarefa responsável pela Operação Lava Jato, pelo qual vai colaborar com as investigações sobre  a existência de um cartel de licitações na Petrobras e reconhecer a prática de crimes, bem como pagar multa de cerca de R$ 1 bilhão pelos prejuízos causados com desvios de dinheiro público nas obras da Usina Nuclear Angra 3 e de estádios da Copa do Mundo de 2014.

O acordo ainda depende de homologação da Justiça. Nos acordos assinados pelas  empresas investigadas na Lava Jato com o Ministério Público, as empreiteiras se comprometem a entregar novas provas sobre o esquema de corrupção na Petrobras e em outras obras. Em troca, o Ministério Público não oferecerá denúncia criminal e civil contra os envolvidos. O acordo tem objetivo de garantir a devolução do dinheiro desviado.

De acordo com as investigações, o consórcio formado pelas empresas Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, Odebrecht, EBE e Queiroz Galvão transferia recursos para empresas intermediárias, que repassavam a propina para o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Segundo o Ministério Público, houve pagamento de propina por parte da Andrade Gutierrez em contratos desde 2009 para uma empresa de propriedade de Othon Luiz, que teria recebido R$ 4,5 milhões.

As fraudes foram descobertas na 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, desencadeada a partir do depoimento do executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça Federal. Na delação, ele revelou a existência de um cartel nas contratações de obras da Angra 3 e chegou a citar Othon Luiz Silva como beneficiário de propinas.

Procurada pela Agência Brasil, a Andrade Gutierrez afirmou que não vai se manifestar sobre o acordo.

Após a assinatura do acordo, o presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, foi transferido nesta sexta-feira para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Também foram transferidos outros dois ex-executivos da empreiteira, Elton Negrão e Flávio Barra. 

Otávio Marques e Elton Negrão foram presos na 14ª fase da Lava Jato, denominada Erga Omnes. Deflagrada em junho deste ano, a operação investiga as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Já Flávio Barra foi preso na 16ª fase. 

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