Brasil

Andrade Gutierrez assume propina na Copa; multa é de R$ 1 bi

Informação é do jornal Folha de S. Paulo; na lista do suborno entram também obras na Petrobras e Usina Angra 3


	Estádio do Maracanã: uma das obras tocadas pela Andrade Gutierrez e que contaram com pagamento de propina para obtenção do contrato
 (Daniel Brasil/ Portal da Copa)

Estádio do Maracanã: uma das obras tocadas pela Andrade Gutierrez e que contaram com pagamento de propina para obtenção do contrato (Daniel Brasil/ Portal da Copa)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 19h31.

São Paulo – A empreiteira Andrade Gutierrez acertou o pagamento de R$ 1 bilhão para a Procuradoria-Geral da República em troca de um acordo de delação e leniência para afastar a classificação de empresa inidônea e manter a possibilidade de prestar serviços e ganhar contratos do governo e de estatais. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

O valor de R$ 1 bilhão foi definido como forma de ressarcimento às empresas prejudicadas pela formação de cartel para vencer contratos de obras públicas. No acordo, está previsto que a empresa assumirá o pagamento de propina para tocar obras da Petrobras, da Usina de Angra 3, da ferrovia Norte-Sul e até de obras da Copa do Mundo. A Andrade é responsável por grandes complexos da estatal, como o Comperj.

Só na Petrobras, a Andrade e Odebrecht, as duas maiores empreiteiras do país, teriam pago R$ 632 milhões em subornos para obtenção de contratos.

Para a Copa do Mundo, a Andrade tocou sozinha duas das obras mais caras do circuito: a reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, orçada em R$ 1,19 bilhão de reais, e a construção do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, por R$ 1,4 bilhão. O Beira-Rio, em Porto Alegre, e a Arena Amazonas, em Manaus, também estão no leque de contratos.

A confissão vem para confirmar uma série de depoimentos de delatores que indicavam o pagamento de suborno por parte da empresa para vencer licitações e consórcios.

Desde os depoimentos do primeiro delator, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, já surgiu indicativo de que ele teria recebido US$ 4 milhões da Andrade e da Estre Ambiental em um contrato da Petrobras, segundo a Folha. O lobista Fernando Baiano afirmou, inclusive, ter pago valores bem maiores a Costa, de US$ 20 milhões a US$ 25 milhões.

Junto com o acordo, o empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, promete apontar os nomes de pelo menos dois senadores que teriam recebido propinas no esquema Petrobras. A informação é do jornal O Estado de São Paulo.

Em busca de homologação, o processo passa agora pelas mãos do juiz Sergio Moro, que cuida da apuração de esquema de corrupção na Petrobras, e pelo ministro do STF Teori Zavascki, porque políticos suspeitos de receber propina têm foro privilegiado e só podem ser investigados pelo Supremo.

Acompanhe tudo sobre:Andrade GutierrezCorrupçãoEmpresasEmpresas brasileirasEscândalosEstádiosFraudesHoldingsMaracanãOperação Lava JatoSergio Moro

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas