Brasil

Analistas criticam ação do BC contra a inflação

A maioria dos presentes à reunião pelo lado do mercado, concorda que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deverá crescer de 4% a 4,5%, ante 7,5% em 2010

Pelo BC, participaram o presidente Alexandre Tombini e os diretores de Política Econômica, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo; de Política Monetária, Aldo Mendes; e de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira (Agência Brasil)

Pelo BC, participaram o presidente Alexandre Tombini e os diretores de Política Econômica, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo; de Política Monetária, Aldo Mendes; e de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 09h12.

São Paulo - A primeira reunião da nova diretoria do Banco Central (BC) com analistas de mercado foi marcada por alertas sobre a inflação. O presidente do BC, Alexandre Tombini, e sua equipe pouco falaram durante os encontros. Nos três encontros realizados ontem em São Paulo, o recado dado aos diretores, segundo uma fonte que participou da reunião, é o de que o BC está "pisando em gelo fino" ao avaliar que a inflação deverá voltar para o centro da meta, especialmente em 2012. A avaliação que a inflação deveria cair e convergir para a meta apareceu na última Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na semana passada.

As reuniões com os analistas de bancos e consultorias, como as que foram realizadas ontem, ajudam o BC a elaborar o Relatório Trimestral de Inflação (TRI). O próximo documento deverá ser divulgado no dia 30. A maioria dos presentes à reunião pelo lado do mercado - entre 20 e 25 analistas - , concorda que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deverá crescer de 4% a 4,5%, ante 7,5% em 2010. Mas todos se mostraram pessimistas com relação à inflação, principalmente por causa da pressão dos preços no atacado. "O recado que demos aos diretores é o que o BC está pisando em gelo fino ao avaliar que a inflação deverá voltar para o centro da meta", disse um economista que participou da reunião.

Segundo esse economista, os analistas disseram ainda para os representantes do BC que no próximo ano o salário mínimo terá um ajuste de 7,5% acima da inflação, o que não ajuda no controle dos preços.

Divergência

Em um dos encontros, houve um momento de tensão quando um dos presentes questionou se o Banco Central havia mudado o sistema de metas de inflação, já que o BC tem sinalizado como horizonte de convergência o ano de 2012 - embora a meta de inflação tenha sido criada para ser cumprida dentro do ano calendário. Diante da provocação, o representante do BC respondeu que nenhum deles estava ali para emitir pareceres, mas para ouvir os analistas.

"Foi uma reunião muito diferente das que eram presididas pelo ex-presidente do BC Henrique Meirelles", disse uma das fontes. Na época de Meirelles, o diretor de plantão fazia um retrospecto da reunião anterior e confrontava o que os economistas disseram no encontro anterior com a realidade atual da economia. "Desta vez nem isso teve", afirmou a fonte consultada.

Pelo BC, participaram o presidente Alexandre Tombini e os diretores de Política Econômica, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo; de Política Monetária, Aldo Mendes; e de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira. "Eles falaram praticamente nada", disse uma fonte.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBanco CentralCopomDados de BrasilInflaçãoJurosMercado financeiro

Mais de Brasil

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR