A missão será formada por integrantes de vários ministérios e que terá de contar com o aval das autoridades locais (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2011 às 20h51.
São Paulo - Um dia depois de anunciar medidas burocráticas para deter a escalada de violência no campo, o governo decidiu priorizar a segurança de 30 agricultores e ambientalistas, que integram uma lista de 1813 pessoas ameaçadas por madeireiros. A seleção, composta por pessoas que já foram vítimas de atentados no Pará, será o ponto de partida das ações deflagradas pelo governo para tentar conter a escalada de violência que se instalou na região amazônica desde a última semana.
No início da tarde de hoje, um grupo destacado pelos ministérios da Justiça, Desenvolvimento Agrário, Secretaria Especial da Presidência e de Direitos Humanos, iniciou a discussão da estratégia que será adotada para proteger o grupo. Além do envio de homens para proteger pessoas 24 horas por dia, é cogitada a possibilidade de transferência de alguns nomes da lista. Considerada extrema, essa medida será adotada somente em casos específicos, como testemunhas ou quando a proteção for difícil de ser garantida.
Os detalhes da operação serão mantidos sob sigilo. Já está certo porém, que nos próximos dias uma ação com duplo objetivo - proteção das vítimas e detenção dos responsáveis pelos assassinatos - será desencadeada. Por enquanto, sabe-se apenas que a missão será formada por integrantes de vários ministérios e que terá de contar com o aval das autoridades locais.
Os trinta nomes constam de uma relação maior, apresentada hoje pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) à Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. O documento original contém 1.855 nomes de pessoas que foram ameaçadas em conflitos agrários nos últimos 10 anos. Mas da lista apresentada pela CPT, 42 pessoas já foram mortas e 207 receberam ameaças repetidas vezes. São necessários cerca de oito homens para fazer a escolta de cada pessoa ameaçada.