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Ameaça a Rosa Weber sobre eleição de Bolsonaro é um crime, diz Jungmann

Mensagem diz que candidato do PSL está "matematicamente eleito" e que "se as urnas forem fraudadas" a população irá para as ruas por nova eleição

Rosa Weber: presidente do TSE tem sofrido ameaças em ambiente político polarizado (Adriano Machado/Reuters)

Rosa Weber: presidente do TSE tem sofrido ameaças em ambiente político polarizado (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 19h14.

Brasília - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta terça-feira, 16, que "obviamente representa um crime" a mensagem enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) direcionada à presidente da Corte, ministra Rosa Weber, em tom de ameaça.

Recebida através de uma rede social do TSE, o texto fala que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, está "matematicamente eleito", e que "se as urnas forem fraudadas", a população irá para as ruas até que tenha nova eleição com voto impresso. "Experimente deixar que isso aconteça", diz parte da mensagem, que será investigada pela Polícia Federal (PF) a pedido da Corte Eleitoral.

"O que eu sei é que ontem, na reunião que tivemos com o diretor-geral da PF (Rogério Galloro) e o secretário nacional da Segurança Pública, Brigadeiro Fiorentini, é que ela (Rosa) fez essa queixa informalmente, mas iria formalizar e a Polícia Federal imediatamente iria apurar para chegar aos responsáveis por essa ameaça, que obviamente representa um crime e tem de ser identificado quem o fez para ser legalmente punido", afirmou Jungmann após assinar um termo do Ministério da Segurança Pública junto ao TSE relativo à atuação dos mesários no segundo turno das eleições.

"A resposta vai ser dada, a Polícia Federal vai investigar, e nós vamos trazer para vocês um resultado", completou.

Questionamentos sobre a lisura do processo eleitoral têm sido um tópico frequente nessas eleições, com dúvidas lançadas por um de seus próprios concorrentes. Na disputa pela Presidência da República, Bolsonaro já chegou a dizer que não aceitava resultado das eleições diferente de sua vitória.

Mais recentemente, no último dia 12, o candidato voltou a falar do assunto e disse que a suspeição vale somente para a votação para presidente. Ele disputa o segundo turno das eleições presidenciais com Fernando Haddad, do PT.

Segundo apurou a reportagem, o TSE têm recebido diariamente através das redes sociais mensagens com tom de intimidação, relativas as eleições deste ano.

Várias questionam a segurança das urnas e do processo eleitoral brasileiro. Os encaminhamentos teriam se intensificado após o primeiro turno do pleito. A mensagem recebida ontem, no entanto, chamou atenção por ter sido direcionada a Rosa. "Espero que a senhora fique de olho", diz um trecho do texto.

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