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Ambiente econômico é adverso à reeleição, diz cientista

Segundo Sérgio Abranches, as condições estruturais domésticas interferem mais no humor da sociedade


	Dilma: "o Brasil nunca foi um país tão capaz de mostrar mau humor quanto desta vez", disse
 (Cadu Gomes/Divulgação)

Dilma: "o Brasil nunca foi um país tão capaz de mostrar mau humor quanto desta vez", disse (Cadu Gomes/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 19h57.

Rio - A situação da economia doméstica deve tornar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) mais difícil, avaliou nesta sexta-feira, 25, o cientista político Sérgio Abranches, do Ecopolítica. Para ele, as condições estruturais domésticas, como a inflação que tem afetado cada vez mais a renda, interferem mais no humor da sociedade.

"Não vai ser uma eleição igual às outras, porque o Brasil não é igual ao das outras eleições. O Brasil nunca foi um País tão capaz de mostrar mau humor quanto desta vez", disse, em seminário sobre as eleições realizado na tarde de hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

A baixa popularidade da presidente também aumenta a incerteza sobre sua reeleição, acrescentou Abranches. "Claramente do ponto de vista do que nós sabemos, o ambiente é adverso à reeleição do presidente em exercício", disse.

Em um painel anterior, o cientista político Cesar Zucco, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas da FGV (Ebape/FGV), comentou que a avaliação positiva dos programas sociais criados ou ampliados durante a gestão do PT na Presidência seria capaz de fazer frente à baixa popularidade da atual presidente e aos questionamentos sobre a política econômica do governo durante a eleição.

"Uma possibilidade é que ela faz melhor o resto do que a política econômica", afirmou.

Mas a questão eleitoral não se resume à economia. Os candidatos, de acordo com os participantes do seminário, têm se obrigado a encontrar maneiras de se adaptar a mudanças no próprio modo de fazer campanha.

"Desde 2002 não se faz mais campanha na rua, com cartazes e folhetos. Não foi assim em 2006, nem em 2010", disse o cientista político Jairo Nicolau, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Além disso, o horário eleitoral na televisão já não tem mais a mesma centralidade que tinha em anos anteriores. "A maioria dos eleitores desliga a televisão ou muda de canal", ressaltou Abranches.

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