Amazônia: previsão é de pelo menos 92% de risco de fogo para a floresta, considerando a análise feita em dez regiões (Wev’s Bronw/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2016 às 09h20.
São Paulo - A Amazônia pode ter neste ano a pior temporada de queimadas já registrada na sua história.
Reflexo do intenso El Niño que atinge o planeta desde o ano passado, a região vem sofrendo um ressecamento do solo que deve chegar ao auge quando a estação seca começar, no próximo mês. É o que aponta levantamento feito pela NASA junto com universidades americanas.
A análise leva em conta a temperatura da superfície do Oceano Pacífico, que aumenta com a ocorrência do El Niño. De acordo com os pesquisadores, no ano passado ela foi a mais alta desde que esse monitoramento começou a ser feito, em 2001.
Sem chuva, diminui a umidade do solo, deixando as árvores secas, o que aumenta o risco de queimadas. A previsão é de pelo menos 92% de risco de fogo para a floresta, considerando a análise feita em dez regiões. Pará e Mato Grosso lideram o chamado Índice Sazonal da Severidade de Fogo, com respectivamente 98% e 97% de chance de incêndios.
"Com as análises de satélite da Nasa, nós observamos que o forte El Niño deixou o sul da Amazônia mais seco no começo da temporada de fogo em anos que tiveram secas severas, como em 2005 e 2010", explica Douglas Morton, pesquisador da Nasa e um dos responsáveis pelo estudo.
Mesmo na temporada úmida, de janeiro a abril, o índice de queimadas na Amazônia já ficou bem acima do observado antes. "Os dados mostram que a região já está rumo a uma temporada de fogo extrema em 2016", resume Morton.
"Por um lado, um atraso nas chuvas no Pará e no Amazonas permitiu que a temporada de fogo de 2015 continuasse em janeiro e fevereiro deste ano. Por outro lado, Mato Grosso teve um início precoce da temporada de fogo de 2016, com recorde de detecções em abril e maio."