Parentes de pacientes internados ou em atendimento domiciliar, em sua maioria portadores da doença coronavírus (COVID-19), se reúnem para compra de oxigênio e envase de botijões em empresa privada em Manaus, Brasil, dia 18 de janeiro de 2021. (Bruno Kelly/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 07h21.
Última atualização em 27 de janeiro de 2021 às 07h22.
O Amazonas corre o risco de novo colapso no fornecimento de oxigênio, caso a demanda diária, hoje superior a 80 mil metros cúbicos por dia, aumente nos próximos dias. Segundo a única produtora no Estado, a White Martins, nos últimos cinco dias a empresa atingiu o limite máximo de entrega, duas vezes e meia a capacidade de produção de sua planta em Manaus, que é de 30 mil metros cúbicos por dia.
No dia 14, os hospitais de Manaus entraram em colapso por causa da falta de oxigênio e pacientes morreram asfixiados. Diante da crise, o Amazonas recebeu remessas de cilindros enviadas pelo governo federal e também doações, muitas delas articuladas pelas redes sociais. Segundo a reportagem apurou, o cenário de crise de duas semanas atrás ainda não se repete nas unidades de saúde, mas o aviso da White Martins acende o alerta no Estado.
"Em paralelo, é imprescindível que as autoridades de Saúde mantenham o monitoramento constante da sua demanda no Amazonas, para que seja definido um plano de atendimento emergencia", diz nota da empresa enviada à reportagem. Procurado, o governo do Amazonas diz contar com o apoio das Forças Armadas para o transporte de oxigênio não só da White Martins como de outras empresas e doações para Manaus. "O governo do Amazonas também requisitou a produção de outras duas empresas locais que produzem oxigênio e que são de menor porte comparado à multinacional White Martins."
A juíza federal do Amazonas Jaiza Fraxe determinou que o governo estadual suspenda a entrega à prefeitura de Manaus das 132,5 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca que chegaram no sábado a Manaus até que haja transparência na vacinação, com a exigência da publicação de listas diárias de quem foi imunizado.
A magistrada quer evitar que pessoas fora do grupo prioritário recebam as doses, como ocorreu na semana passada. Dois funcionários do governo estadual já foram exonerados, mas há ao menos quatro integrantes da prefeitura da capital, entre eles a secretária de Saúde, Shádia Fraxe, e o de Limpeza Pública, Sebastião Reis, que não sofreram punição. O responsável pela Defensoria Especializada em Atendimento de Interesse Coletivo, Rafael Barbosa, defende, contudo, que não seja suspensa a aplicação da vacina, prevista para os maiores de 75 anos, além de completar os profissionais da saúde, que já começaram a ser vacinados com a Coronavac no dia 19. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.