Amazonas: BNDES informou que o projeto contribuirá para a promoção de atividades produtivas sustentáveis como alternativa para a manutenção da “floresta em pé” (DIVULGAÇÃO PETROBRAS / BRUNO VEIGA)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 16h51.
Rio de Janeiro – Projetos de agroecologia do estado do Amazonas, entre eles o de incentivo da agricultura indígena, o de revitalização do sistema de produção da borracha e o de beneficiamento da castanha, receberão recursos não reembolsáveis de R$ 14,9 milhões oriundos do Fundo Amazônia.
O fundo é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES).
O contrato foi firmado hoje (12), no Rio de Janeiro, pelo diretor da área de Meio Ambiente do BNDES, Guilherme Lacerda, e pelo titular da Secretaria de Estado da Produção Rural do Amazonas (Sepror), Eron Bezerra.
Ele informou que o financiamento permitirá o desenvolvimento de uma política de agroecologia no estado.
Segundo Bezerra, essa política se baseia em três linhas essenciais. Uma delas é a agricultura indígena, “que é uma experiência inédita no Brasil”. As outras linhas abrangem a revitalização do sistema de produção da borracha, ou a retomada da exploração de seringais nativos, e o beneficiamento da castanha, “para agregar valor e verticalizar a produção”.
O secretário ressaltou que serão atendidos pelos projetos 41 municípios. “É quase o estado inteiro, que tem 62 municípios”, disse. De acordo com o BNDES, a operação contempla área de 1.165.259 quilômetros quadrados, ou o equivalente a 75% do estado.
Os projetos, segundo ele, terão atuação simultânea e deverão começar a ser implantados já em janeiro de 2014.
Bezerra declarou ainda que serão mobilizados 4 mil seringueiros. Na agricultura indígena, a ênfase será para a agroecologia. Serão contratados técnicos das próprias comunidades e construídas 25 casas de farinha semi-mecanizadas.
“São pequenas agroindústrias para beneficiamento da mandioca, que é uma cultura tradicional das populações indígenas. E vamos construir uma agroindústria de castanha no município de Tefé, a cidade de maior produção de castanha no estado e que nunca teve uma fábrica de beneficiamento do produto”, ressaltou.
O BNDES informou, por meio da assessoria de imprensa, que o projeto contribuirá para a promoção de atividades produtivas sustentáveis como alternativa para a manutenção da “floresta em pé”, beneficiando o público-alvo prioritário do Fundo Amazônia, que são os povos indígenas e extrativistas.
De acordo com o banco, a iniciativa atende às diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT).
O Fundo Amazônia foi criado pelo governo federal em 2008 e é composto de doações financeiras que são aplicadas pelo BNDES em projetos de combate ao desmatamento, promoção da preservação e do uso sustentável das florestas da região.
Desde a sua criação, foram aprovados 48 projetos, que totalizam desembolsos de R$ 763 milhões.