Aloysio Nunes: o pedido do ministro destaca uma citação que seu nome teria recebido em um depoimento de um dos delatores de acordo, o ex-diretor da Odebrecht Carlos Armando Paschoa (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de março de 2017 às 20h58.
Brasília - Um dos novos alvos da Procuradoria-Geral da República, na lista de pedidos de inquérito enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, pediu que o STF lhe garanta acesso aos conteúdos que veiculem seu nome.
A petição já se encontra no gabinete do ministro Edson Fachin, relator dos processos relacionados à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Vem o requerente solicitar perante Vossa Excelência para que seja autorizado o seu imediato acesso a qualquer tipo de investigação ou representação que mencione seu nome no âmbito desse Excelentíssimo STF e a todos os elementos de prova que o instruem", diz a petição encaminhada ao Supremo pela defesa do ministro.
O argumento é que isso seria necessário "para que possa ter conhecimento dos fatos amplamente divulgados pela imprensa brasileira (doc. na. 02) e desde já contribuir para a sua solução, exercendo o seu amplo direito de defesa, com o consequente certo arquivamento dos autos".
O pedido do ministro destaca uma citação que seu nome teria recebido em um depoimento de um dos delatores de acordo, o ex-diretor da Odebrecht Carlos Armando Paschoal - que, de acordo com o jornal "Folha de S. Paulo", teria relatado o pagamento de R$ 500 mil por meio de caixa dois à campanha de Aloysio ao Senado em 2010.
Via de regra, o STF tem negado o acesso a conteúdos que ainda não foram tornados públicos em fase de investigação, para não atrapalhá-las.
Conforme apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Aloysio é alvo de pelo menos um inquérito que a PGR encaminhou ao Supremo na semana passada.
Entre os pedidos do procurador-geral, Rodrigo Janot, estava também o da retirada do sigilo de parte das revelações feitas pelos executivos e ex-executivos da empreiteira baiana.
A queda do sigilo depende da decisão do ministro Edson Fachin, que não tem prazo definido para responder aos pedidos da PGR.