Prédio da Univseridade Mackenzie, onde aconteceu a prova: já foi feito um pedido coletivo de esclarecimento ao MEC (FERNANDO MORAES/VEJA SP)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2013 às 08h30.
São Paulo - Alunos de ao menos seis faculdades que fizeram o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) no domingo, 24, não conseguiram fazer a prova, aplicada pela Fundação Cesgranrio, na unidade Consolação da Universidade Mackenzie, no centro de São Paulo.
Entre as instituições afetadas estão a Faculdade Santa Marcelina, as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a Universidade Paulista (Unip), a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), a Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), a Faculdade São Camilo e a Universidade Mackenzie.
O exame avalia o desempenho de estudantes do último ano de 17 cursos, entre eles Medicina, Enfermagem, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia e Farmácia. A prova é obrigatória para quem cursa o último ano da graduação. Quem não a faz, não pode colar grau e se formar.
Segundo as instituições, os alunos que foram ao local tiveram salas trocadas, atrasando a prova em mais de uma hora. Os estudantes também dizem que os fiscais deram a orientação para só preencher a primeira parte do exame. Alunos teriam sido impedidos até de levar o caderno de questões.
A estudante de Farmácia Ivy Martins, de 27 anos, que estuda no Mackenzie, não conseguiu informação sobre onde os alunos cujos nomes começavam com a letra "I" fariam a prova.
"Uma das listas tinha nomes de A a H e a outra ia do J até o fim do alfabeto. Além dessa desorganização, só fui liberada às 16h", reclama. Segundo ela, os organizadores improvisaram até atestados de presença aos alunos prejudicados para indicar que compareceram.
Reivindicação
Segundo o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo, já foi feito um pedido coletivo de esclarecimento ao Ministério da Educação (MEC).
"O que não aceitaremos é que alunos ou instituições sejam prejudicados, já que o Enade é utilizado para calcular o Conceito Preliminar de Curso e obrigatório para colar grau", diz Rodrigo Capelato, diretor executivo. Ele explicou que o sindicato vai aguardar o parecer do MEC para tomar outras providências.
A FMU e a Faculdade Santa Marcelina informaram que também vão acionar o Inep por causa dos problemas ocorridos. "O mais certo seria anular o exame para todos. Se for apenas para o nosso curso, ficamos sem conceito, o que será uma injustiça", explica o diretor da área de Saúde da FMU, Marcus Vinicius Gava, que estava no local no último domingo, quando a prova foi aplicada.
O Mackenzie afirmou, por meio da assessoria, que só é responsável pela estrutura e segurança do prédio e não pela aplicação. O local foi alugado para a aplicação do Enade.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirmou que nenhum estudante será prejudicado, pois os nomes foram registrados para atestar o comparecimento do aluno no local de prova. Disse também que as instituições não serão penalizadas quanto ao cálculo do conceito Enade, uma vez que essa análise só considera as provas que são corrigidas. A assessoria de imprensa da Cesgranrio não foi localizada.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.