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Alta dos juros mantém Brasil como o maior pagador de juros do mundo

Para que o país deixasse o topo do ranking, seria preciso um corte de 3,75 pontos percentuais na Selic

Segundo Vieira, nem os cortes no orçamento da União anunciados tiram o Brasil do topo do ranking (Divulgação/Banco Central)

Segundo Vieira, nem os cortes no orçamento da União anunciados tiram o Brasil do topo do ranking (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 22h08.

São Paulo - A decisão do Banco Central em elevar a Selic para 11,75% mantém o Brasil isolado na liderança dos países com os juros mais altos do mundo. Descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, os juros reais atuais chegam a 5,9% ao ano. Em um distante segundo lugar vem a Austrália, com 2,0% ao ano.

Uma simulação feita pelo economista Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul, para que o país deixasse o topo do ranking, seria preciso que o Banco Central realizasse um corte de 3,75 pontos percentuais, levando a Selic a 8% ao ano. Esta operação levaria o país ao terceiro lugar, pagando juros reais de 1,8% ao ano, descontada a inflação dos últimos 12 meses.

A tabela abaixo mostra quais são os 10 maiores pagadores de juros reais do mundo, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses:

Ranking País Juro (ano)
1 Brasil 5,9%
2 Austrália 2,0%
3 Hungria 1,9%
4 África do Sul 1,7%
5 Turquia 1,3%
6 China 1,1%
7 Chile 0,8%
8 México  0,7%
9 Taiwan 0,5%
10 Filipinas 0,5%

Segundo Vieira, nem mesmo o recém anunciado corte de 50 bilhões de reais no orçamento da União é suficiente para alterar as posições do ranking, sobretudo no curto prazo. "O mercado ainda aguarda a efetividade das ações propostas pelo governo, o qual reposicionou o ajuste para somente 13 bilhões de reais efetivos", afirma o economista.

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