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Alta dos juros contribuirá para elevar confiança, diz BC

O presidente do BC ressaltou que, apesar de estar caindo mês a mês, a inflação oficial ainda está aumentando no acumulado em 12 meses


	Presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini: Tombini negou ainda ter havido falhas na comunicação do Banco Central no período de disparada da inflação, no início do ano.
 (Yuri Gripas/Reuters)

Presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini: Tombini negou ainda ter havido falhas na comunicação do Banco Central no período de disparada da inflação, no início do ano. (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 16h17.

Brasília – O atual ciclo de aumento de juros pelo Banco Central (BC) contribuirá para elevar a confiança da população na economia, disse hoje (18) o presidente da instituição, Alexandre Tombini.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ele reafirmou o compromisso da autoridade monetária em manter a inflação sob controle. “O Banco Central está vigilante e fará o necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação [no acumulado de 12 meses] em declínio no próximo semestre e manter essa tendência para os próximos anos.”

O presidente do BC ressaltou que, apesar de estar caindo mês a mês, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ainda está aumentando no acumulado em 12 meses. Segundo ele, essa tendência permanecerá até o início do segundo semestre, quando, enfim, a inflação também cairá no acumulado em 12 meses.

De acordo com Tombini, choques de oferta em produtos agrícolas, como a seca nos Estados Unidos no ano passado e o aumento no preço de hortaliças provocado pelas chuvas no início do ano, foram os responsáveis pela alta da inflação no começo de 2013. Segundo ele, a inflação estava convergindo para o centro da meta até meados do ano passado, quando fatores externos passaram a pressionar os índices.

“A intensidade dos choques não foi desprezível. Em junho de 2012, o IPCA acumulado em 12 meses estava em 4,9%. Todos os índices estavam em trajetória declinante. Na época, o Banco Central projetava que a inflação fecharia o ano em 4,7%, mas os choques empurraram os índices para cima”, explicou.


Tombini negou ainda ter havido falhas na comunicação do Banco Central no período de disparada da inflação, no início do ano. Ele destacou que as atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) indicaram que a autoridade monetária estava preocupada com os preços.

“Em janeiro, o Banco Central explicitou a preocupação com inflação e não compartilhou a hipótese de que cortes adicionais dos juros seriam desejáveis. Em março, sinalizamos que, num futuro próximo, ocorreriam aumentos na Selic [juros básicos da economia]. Em abril, iniciamos um ciclo de ajuste [aumento] na Selic, que se intensificou em maio”, destacou.

O presidente do Banco Central ressaltou ainda que, no fim deste mês, o órgão divulgará as novas previsões oficiais para a economia brasileira no Relatório de Inflação. Ele não adiantou números, mas disse que a previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) ficará “ao redor de” 3% neste ano. No último documento, a estimativa estava em 3,1%.

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