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Alstom reconhece, na França, que pagou propina aqui

A multinacional reconheceu ter pago uma comissão de cerca de R$ 6 milhões para vender equipamentos para a hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina, em 1999


	Fábrica da Alstom: é o primeiro documento oficial da Alstom que admite o pagamento de suborno no Brasil
 (Bloomberg)

Fábrica da Alstom: é o primeiro documento oficial da Alstom que admite o pagamento de suborno no Brasil (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 07h49.

São Paulo - A multinacional Alstom reconheceu, em auditoria interna na França, ter pago uma comissão de cerca de R$ 6 milhões, em valores atualizados, para vender equipamentos para a hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina, em janeiro de 1999. A informação foi revelada nesta segunda-feira, 3, pelo jornal Folha de S.Paulo.

É o primeiro documento oficial da Alstom que admite o pagamento de suborno no Brasil. Desde que a Alstom começou a ser investigada no País, em 2008, havia rumores de suborno durante a construção da hidrelétrica, mas é a primeira vez que aparece o valor pago.

O documento, de 2008, foi escrito pelo diretor de auditoria, Romain Marie, e enviado ao presidente, Patrick Kron. O pagamento da comissão em Itá, segundo o memorando, foi feito pela Janus, offshore usada para pagar propina em contrato de subestações de energia em São Paulo.

A hidrelétrica de Itá fez parte do programa de privatização do governo FHC. Em 1995, a Eletrobrás assinou concessão para o consórcio Associação de Autoprodutores Independente. Parte da obra foi bancada pela estatal Eletrosul.

A Alstom afirmou, em nota, que "está enfrentando acusações no Brasil relativas à não conformidade com leis e regras de competição", referentes a temas "do começo dos anos 2000". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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