Brasília - O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) acaba de ser confirmado como o novo ministro das Relações Exteriores. Ele substitui o também tucano José Serra, que pediu demissão do cargo na última quarta-feira por problemas de saúde. Essa é a oitava mudança que o presidente Michel Temer (PMDB) é obrigado a fazer em sua equipe ministerial em menos de dez meses de governo - veja a galeria abaixo.
O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, oficializou há pouco a indicação de Aloysio para a pasta de Relações Exteriores.
"Homem público de larga experiência política, seja no Legislativo, seja no Executivo, o Senador Aloysio Nunes Ferreira tem uma longa trajetória de engajamento nas causas da diplomacia brasileira e na agenda internacional do Brasil", afirmou o porta-voz.
Em seu primeiro mandato como senador, Aloysio Nunes (PSDB-SP) é formado em Direito na Universidade de São Paulo. O tucano cursou Ciências Sociais na mesma faculdade. Durante seu exílio na França entre 1968 e 1979, o tucano fez bacharelado em Economia Política e mestrado em Ciência Política pela Universidade de Paris. Por lá, o novo ministro das Relações Exteriores lecionou língua portuguesa.
Ao voltar para o Brasil, Aloysio foi deputado estadual pelo PMDB entre 1983 e 1991. Na legenda, foi deputado federal sente 1995 e 1999. Em 1999, ele migrou para o PSDB e teve dois mandatos como deputado federal, entre 1999 e 2007.
Entre 1999 e 2001, o tucano foi Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República. Depois disso, ele assumiu o Ministério da Justiça até 2002, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Depois de ocupar os cargos de secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, em 2005 e 2006, e de Secretário Chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, entre 2007 e 2010, Aloysio foi eleito senador com mais de 11 milhões de votos em São Paulo. Em 2014, concorreu ao cargo de vice-presidente da República na chapa encabeçada por Aécio Neves (PSDB).
Líder do PSDB no Senado, o tucano assumiu a presidência da Comissão de Relações Exteriores em 2015. A experiência foi determinante para que Temer o escolhesse para o lugar de Serra. Para assumir o Ministério de Relações Exteriores, Aloysio deixa a liderança do governo no Senado.
A linha do tempo das baixas nos ministérios de Temer
-
1. Romero Jucá - em 23/05/16
zoom_out_map
1/8 (Adriano Machado/Reuters)
CARGO: ministro do Planejamento
MOTIVO: Em conversa gravada – de forma oculta – pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Jucá sugere um pacto para barrar o avanço da operação Lava Jato. “Eu acho que a gente precisa articular uma ação política”, afirmou. “Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”.
QUEM ASSUME: Dyogo Oliveira
-
2. Fabiano Silveira - em 30/05/16
zoom_out_map
2/8 (Conselho Nacional do Ministério Público/Divulgação)
CARGO: ministro da Transparência, Fiscalização e Controle
MOTIVO: Em uma conversa também gravada pelo ex-presidente da Transpetro, Silveira faz críticas à operação Lava Jato e orienta Renan Calheiros, presidente da Câmara e seu padrinho político, e Machado sobre como eles deveriam se comportar em relação à Procuradoria-Geral da República.
QUEM ASSUME: Torquato Jardim
-
3. Henrique Eduardo Alves - em 16/06/16
zoom_out_map
3/8 (Valter Campanato/Agência Brasil)
CARGO: ministro do Turismo
MOTIVO: Em delação premiada, Machado afirmou que Henrique Alves teria recebido, R$ 1,55 milhão em propina maquiada de doações eleitorais durante 2008 e 2014.
QUEM ASSUME: Marx Beltrão(PMDB)
-
4. Fábio Medina Osório - em 9/08/16
zoom_out_map
4/8 (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
CARGO: advogado-geral da União
MOTIVO: Demitido depois de discussão com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, por ter pedido acesso aos inquéritos de políticos envolvidos na Lava Jato sem comunicar Temer.
QUEM ASSUME: Grace Maria Mendonça
-
5. Marcelo Calero - em 18/11/16
zoom_out_map
5/8 (Prefeitura do Rio / Divulgação/Divulgação)
CARGO: ministro da Cultura
MOTIVO: Pediu demissão após supostamente ter sido pressionado pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para que o Iphan, órgão subordinado à Cultura, aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra, localizado próximo a uma área tombada em Salvador.
QUEM ASSUME: Roberto Freire (PPS)
-
6. Geddel Vieira Lima - em 25/11/16
zoom_out_map
6/8 (Ueslei Marcelino/Reuters)
CARGO: ministro da Secretaria de Governo
MOTIVO: Foi acusado pelo ex-ministro da Cultura de tráfico de influência. Sua demissão acontece no dia seguinte a depoimento em que Caleiro afirma que o presidente Michel Temer o teria “enquadrado”.
QUEM ASSUME: Antônio Imbassahy (PSDB)
-
7. Alexandre de Moraes - em fevereiro de 2017
zoom_out_map
7/8 (Pedro França/Agência Senado)
CARGO: Ministro da Justiça
MOTIVO: Foi indicado por Temer para compor o Supremo Tribunal Federal (STF). Seu nome foi aprovado pelo Senado em 22 de fevereiro.
QUEM ASSUME: Osmar Serraglio (PMDB-PR)
-
8. José Serra - em 22/02/17
zoom_out_map
8/8 O ministro das Relações Exteriores, José Serra (José Cruz/Agência Brasil)
CARGO: Ministro das relações exteriores
MOTIVO: Pediu demissão alegando problemas de saúde.
QUEM ASSUME: Aloysio Nunes (PSDB)