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Aloysio diz que manifesto pró-Lula de ex-líderes europeus é "arrogante"

O ministro classificou o gesto como "preconceituoso, arrogante e anacrônico" e disse ter recebido a iniciativa com "incredulidade"

Chanceler do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira 06/10/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

Chanceler do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira 06/10/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de maio de 2018 às 15h16.

Última atualização em 16 de maio de 2018 às 15h18.

Brasília - Em nota divulgada pelo Itamaraty, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira reagiu duramente a um manifesto divulgado por ex-chefes de Estado europeus pedindo a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, nas eleições presidenciais deste ano. O ministro classificou o gesto como "preconceituoso, arrogante e anacrônico" e disse ter recebido a iniciativa com "incredulidade".

Na nota, o chanceler afirma que cidadãos brasileiros condenados em órgãos colegiados ficam impedidos de disputar eleições. "Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito", afirma.

O manifesto é assinado pelos ex-premiês José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha); Massimo D'Alema, Romano Prodi e Enrico Letta (Itália); Elio di Rupopelo (Bélgica); e pelo ex-presidente francês François Hollande.

Os políticos europeus afirmam que "a luta legítima e necessária contra a corrupção não pode justificar uma operação que questiona os princípios da democracia e o direito dos povos a escolher seus governantes" e se dizem comovidos com a prisão "precipitada" de Lula. Eles também mostram preocupação com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Leia a íntegra da nota do chanceler

"Recebi, com incredulidade, as declarações de personalidades europeias que, tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro. Qualquer cidadão brasileiro que tenha sido condenado em órgão colegiado fica inabilitado a disputar eleições. Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito. Fariam isto em seus próprios países? Mais do que escamotear a verdade, cometem um gesto preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições democráticas."

 

 

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