Brasil

Alíquotas de PIS/Cofins: STF confirma validade de decreto de Lula que restabeleceu impostos

Governo federal revogou medida tomada no penúltimo dia da administração de Bolsonaro

 (Gustavo Moreno/STF)

(Gustavo Moreno/STF)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 14 de outubro de 2024 às 18h12.

Tudo sobreSupremo Tribunal Federal (STF)
Saiba mais

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a validade de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que restabeleceu alíquotas de PIS e Cofins. A decisão reverteu uma medida adotada no último dia do governo Jair Bolsonaro.

A decisão do STF foi tomada por unanimidade no plenário virtual encerrado na última sexta-feira. O ministro André Mendonça destacou seu “posicionamento pessoal” contrário, mas acompanhou o voto do relator, ministro Cristiano Zanin, respeitando o “princípio da colegialidade”.

Impacto e contexto da revogação

No dia 30 de dezembro de 2022, penúltimo dia da gestão Bolsonaro, foi editado um decreto que reduziu as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins sobre receitas financeiras das empresas sob o regime de lucro real para 0,33% e 2%, respectivamente. O texto foi assinado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que exercia a Presidência interinamente após Bolsonaro deixar o país.

No entanto, em 1º de janeiro de 2023, primeiro dia do governo Lula, a medida foi revogada. Segundo o Ministério da Fazenda, a alteração impactaria a arrecadação federal em R$ 5,8 bilhões. Para garantir segurança jurídica, a Presidência apresentou uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) ao STF.

Decisão final do STF e argumento do relator

Em 2023, o então ministro Ricardo Lewandowski, à época integrante do STF, já havia votado pela constitucionalidade da medida. A decisão foi referendada em maio de 2023, com nove votos favoráveis e dois contrários.

Agora, o STF analisou o mérito da questão e confirmou a validade do decreto. O relator Cristiano Zanin argumentou que não houve violação ao princípio da noventena — período de 90 dias antes de uma alteração tributária entrar em vigor. Segundo ele, tratava-se apenas da manutenção das alíquotas aplicadas desde 2015.

“Não houve um aumento de fato dos tributos, mas sim a continuidade do que já vinha sendo aplicado”, afirmou Zanin. Ele ressaltou que o decreto de Mourão, que tentava alterar as alíquotas, “afronta o princípio republicano” e desrespeita os deveres de cooperação institucional na transição de governo.

Acompanhe tudo sobre:Supremo Tribunal Federal (STF)Luiz Inácio Lula da SilvaImpostos

Mais de Brasil

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT