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Aliança PT-PMDB deve ser referência de seriedade, diz Dilma

Para a presidente, a aliança entre os dois principais partidos de seu governo deve ser um exemplo

Declaração da presidente foi feita no jantar com a bancada peemedebista oferecido pelo vice-presidente Michel Temer. (Roberto Stuckert Filho/PR)

Declaração da presidente foi feita no jantar com a bancada peemedebista oferecido pelo vice-presidente Michel Temer. (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h09.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou na noite de terça-feira que a aliança entre PT e PMDB deve servir como referência de "seriedade e estabilidade" para os demais aliados da coalizão ao discursar em jantar com a bancada peemedebista oferecido pelo vice-presidente Michel Temer.

Mais um gesto político na tentativa de aproximar o Executivo dos aliados no Congresso, o jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial dos vice-presidentes, também teve por objetivo acalmar uma ala do PMDB que está descontente com a falta de diálogo interno e reivindica maior participação nas decisões do governo.

"Nós (PT e PMDB) somos aqui o garantidor de uma base que é muito maior que nós aqui presentes, mas que deve ter em nós uma referência de estabilidade, uma referência de seriedade", discursou Dilma segundo áudio obtido pela Reuters com um assessor que esteve no evento e pediu para não ter seu nome revelado.

A presidente disse que a aliança entre os dois maiores partidos da coalizão é condição para os "chamados bons negócios, (os) bons ambientes para o país". Também estavam presentes a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti e outros sete ministros dos dois partidos e os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

"Foi uma confraternização, um clima tranquilo e que ajudou a amenizar a dissidência na Câmara", disse à Reuters nesta quarta-feira o presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), em referência ao grupo de 35 deputados que questiona a liderança de Henrique Eduardo Alves (RN) e cobra maior diálogo com o governo.

Apesar da avaliação otimista de Raupp, um dos líderes dos peemedebistas rebeldes, o deputado Danilo Forte (CE), disse que "jantar não muda nada, precisa mudar a prática".

Forte relatou que a presidente foi muito simpática com todos e que nas conversas que manteve com as ministras Ideli e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) ouviu a preocupação delas com o racha na bancada peemedebista.


"Elas prometeram que o atendimento às demandas do Congresso serão mais rápidas a partir de agora", contou Forte. Segundo ele, na próxima semana esse grupo de insatisfeitos vai fazer uma avaliação das conversas com Temer e com Alves para se posicionar.

Outro peemedebista desse grupo, o deputado Valdir Colatto (SC), ligado à bancada ruralista, lamentou não ter conversado mais tempo com Dilma sobre a reforma do Código Florestal, mas disse nesta quarta que o jantar "serviu para quebrar o gelo" e ver que "pelo menos nesses momentos ela (Dilma) é uma pessoa norma".

Apenas no final do seu breve discurso, a presidente fez uma velada menção às dificuldades políticas do governo e pediu união aos aliados.

"Tenho a certeza que nós saberemos construir, apesar de todas as dificuldades e desafios e de todas as circunstâncias adversas, devemos construir um país muito melhor que aquele que nós recebemos", disse.

Enquanto percorreu as rodinhas de conversa, segundo relato do assessor, Dilma ficou um bom tempo conversando com o provável candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, deputado Gabriel Chalita (SP), com quem teve relação próxima durante a campanha presidencial no ano passado também.

O ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, que havia confirmado presença no jantar não compareceu, evitando um possível constrangimento depois de sua saída tensa do governo por ter criticado colegas de ministério.

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