Brasil

Alexandre de Moraes vai analisar pedido de Gilmar para barrar Janot no STF

Pedido acontece depois de Janot ter revelado, como PGR, que um dia foi armado ao Supremo com o objetivo de matar Gilmar Mendes

Alexandre de Moraes: ministro será o responsável para decidir se o ex-PGR Rodrigo Janot deverá ser banido do Supremo (Adriano Machado/Reuters)

Alexandre de Moraes: ministro será o responsável para decidir se o ex-PGR Rodrigo Janot deverá ser banido do Supremo (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 17h53.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai analisar o pedido do ministro Gilmar Mendes para proibir o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de visitar o tribunal, além de retirar o porte de arma de Janot. Moraes é o relator de um inquérito que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes do STF e seus familiares.

De acordo com a assessoria do Supremo, Gilmar Mendes enviou um ofício a Alexandre de Moraes "requerendo a adoção de medidas de segurança diante das declarações do subprocurador geral da República Rodrigo Janot". O inquérito tramita sob sigilo no STF.

Procurada pela reportagem para se manifestar sobre o porte de arma de Janot, a Polícia Federal informou que "não fornece informações pessoais, por vedação da Lei de Acesso à Informação".

Janot disse que foi ao Supremo armado e encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte, antes da sessão. "Ele estava sozinho", disse. "Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus", repetiu o procurador ao justificar por que não concretizou a intenção de matar o ministro. "Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)", relatou. "Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma 'mão' mesmo".

O STF proíbe a entrada de pessoas portando qualquer tipo de arma, mas autoridades que ingressam nas instalações do tribunal — como parlamentares, governadores e procuradores-gerais da República — não passam por detectores de metais, já que utilizam um acesso restrito, diferente daquele usado pelo público comum.

Legislação sobre porte de armas

A Lei Orgânica Nacional do Ministério Público autoriza o porte de armas para membros do MP, independentemente de "qualquer ato formal de licença ou autorização". Em 2015, no entanto, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que para portar armas de fogo, é preciso que o membro do MP demonstre capacidade técnica para isso. O STJ entendeu que o porte de arma nesses casos não dispensa o registro, procedimento em que é exigida a comprovação da capacidade técnica.

Mesmo aposentado, Janot conserva a prerrogativa do porte de arma.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesGilmar MendesRodrigo JanotSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso