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Além de Baleia e Lira, outros seis nomes disputam a presidência da Câmara

Eleição está marcada para 1º de fevereiro, quando os 513 deputados decidirão quem os representará pelos próximos dois anos

Plenário da Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

Plenário da Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 20h06.

Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) são os dois nomes que protagonizam a disputa pela presidência da Câmara, que acontecerá no dia 1º de fevereiro, mas não são os únicos nessa briga. Outros seis deputados lançaram candidaturas até agora alguns, sem aval do próprio partido. Mesmo fora dos blocos de apoio e, consequentemente, com menos chances de vencer, eles insistem em marcar posição e conquistar votos dos insatisfeitos.

Uma das candidaturas anunciadas recentemente foi a da deputada Luiza Erundina (PSol-RJ). O partido lançou o nome na sexta-feira, 15, após semanas de conversas entre os integrantes da bancada. A dúvida era se o PSol deveria apoiar Baleia Rossi, em oposição Lira, que é o nome defendido pelo governo, ou lançar candidatura própria. O entendimento da maioria da legenda foi de que é preciso garantir um partido de esquerda no primeiro turno.

A ideia é ter um candidato que defenda bandeiras como a da saúde pública, das mudanças anti-austeridade na política econômica e do combate a à discriminação e à opressão, citou o PSol, em nota. Outro compromisso é dar início à tramitação de algum dos pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A orientação é que, caso Erundina não chegue ao segundo turno, os parlamentares do PSol votem a favor do candidato "que representar uma alternativa àquele apoiado pelo governo Jair Bolsonaro". Ou seja, Baleia Rossi.

Alguns deputados do próprio partido, como Marcelo Freixo (PSol-RJ), já afirmam que vão votar em Baleia logo no primeiro turno. "Há quem defenda o voto em Baleia apenas no 2º turno. O problema é que o risco de não haver 2º turno é real. Essa é uma eleição extremamente polarizada e imprevisível, em que o tamanho da dissidência dentro das bancadas será decisiva e cada voto será fundamental", explicou, no Twitter. Pelo mesmo motivo, outras bancadas de esquerda PT, PCdoB, PDT, PSB e Rede optaram por apoiar o candidato do MDB no primeiro turno.

Outro partido que não se uniu a nenhum dos dois grandes blocos e resolveu lançar candidatura própria foi o Novo. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) foi o nome escolhido pela legenda para participar da disputa, como uma terceira via. Entre os compromissos, avançar em reformas e em matérias de combate à corrupção. O deputado promete reinstalar a comissão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que discute a prisão em segunda instância e pautar o fim do foro privilegiado.

Van Hattem também se candidatou em 2019, logo no início do primeiro mandato como deputado, e conseguiu 23 votos na ocasião. Diferentemente do que acontece com o PSol, que já tem candidato definido em eventual segundo turno, o Novo ainda não bateu o martelo quanto a isso. O partido tem se reunido tanto com Baleia quanto com Lira para discutir para onde irão os oito deputados, caso a disputa não se encerre na primeira rodada de votação.

Sem apoio do partido

Outros quatro deputados decidiram por conta própria lançar candidaturas, indo contra a decisão oficial do partido. O bloco de apoio a Baleia, além de partidos de esquerda, conta com MDB, PSDB, PSL, DEM, Cidadania e PV. Mas até mesmo parlamentares desse grupo foram contra a orientação do partido e decidiram correr por fora. É o caso de Alexandre Frota (PSDB-SP), que, insatisfeito com a dinâmica e para marcar posição a favor do impeachment de Bolsonaro, decidiu se lançar candidato por conta própria.

“Não tenho cargos para oferecer, ao contrário dos outros grandes candidatos que existem. Não tenho emendas de 15 milhões de reais. Mas tenho um trunfo na mão: sou o único candidato com coragem para colocar no primeiro minuto de mandato o processo de impeachment de Jair Bolsonaro”, afirmou Frota, em vídeo publicado no último dia 15. O deputado afirma que essa será a primeira medida, caso seja eleito.

Fábio Ramalho (MDB-MG) também participará da disputa como avulso, apesar de o MDB estar com Baleia. O principal ponto que ele defende é de união entre os parlamentares. O posicionamento dele é pela autonomia dos deputados e pelo diálogo entre todos os integrantes da Câmara nas tomadas de decisão. Em 2019, quando concorreu de maneira independente à presidência da Casa, conseguiu 66 votos, mesmo com a aliança ampla em torno de Maia.

Também há candidaturas por fora entre os partido que apoiam Lira. É o caso de André Janones (Avante-MG), que se oficializou candidato na quinta-feira, 14, apesar de o Avante estar fechado com Lira. A intenção dele, mesmo sabendo que não conquistará muitos votos, é fazer contraponto às duas candidaturas postas. "Uma candidatura que não nasce de conchavos, de acordos políticos, de interesses partidários, mas do interesse de todo um povo”, disse, ao lançar a candidatura, deixando claro que queria "marcar posição".

Capitão Augusto (PL-SP) também preferiu se lançar candidato, mesmo com o PL no bloco de apoio a Lira. Líder da bancada da bala, ele aposta em votos de deputados alinhados com as pautas defendidas por ele, insatisfeitos com as duas principais opções colocadas. Como a votação é secreta, não haverá represálias dos partidos, caso os parlamentares não votem de acordo com a orientação oficial.

 

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