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Aldo: Rio quer aprender com Londres, mas fazer do seu jeito

Rebelo, há um ano no cargo, está diretamente envolvido na organização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016

Aos poucos, Aldo deixou de se entusiasmar por investigações sobre denúncias de corrupção no esporte e é visto hoje com aprovação pela CBF (José Cruz/ABr)

Aos poucos, Aldo deixou de se entusiasmar por investigações sobre denúncias de corrupção no esporte e é visto hoje com aprovação pela CBF (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2012 às 22h54.

Londres - A Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, será mais inspirada nos Jogos de Londres-2012 do que Pequim-2008, mas não se parecerá com nenhum dos dois, disse na quinta-feira o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo.

Ele falou à Reuters na Embaixada do Brasil em Londres, onde participou da inauguração de uma exposição na véspera da cerimônia de abertura da Olimpíada, na companhia da presidente Dilma Rousseff.

Rebelo, há um ano no cargo, está diretamente envolvido na organização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. "São dois grandes desafios", disse ele. "Dedicamos enorme importância a ambos, e temos tremendo respeito pelos desafios que ambos os projetos representam. Mas posso lhe dizer que desafios desse tipo e grandiosidade o Brasil já enfrentou no passado, e esteve à altura deles." A organização da Olimpíada de Londres, sob o comando do ex-atleta Sebastian Coe, tem sido muito elogiada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), após uma preparação que custou 14,6 bilhões de dólares.

Rebelo admitiu que os Jogos de Londres elevaram o padrão de exigência, mas disse estar confiante de que o Brasil vai conseguir fazer o mesmo. No dia 12, durante a cerimônia de encerramento da Olimpíada, autoridades brasileiras receberão oficialmente a responsabilidade por organizar a próxima edição do evento - o que acontecerá apenas dois anos depois de o Brasil receber a sua segunda Copa do Mundo de futebol.


"Londres é o melhor possível", disse o ministro. "Acho que a Olimpíada de Londres vai ser muito bem organizada e ter uma excelente infraestrutura, e acho que isso pode ajudar no Brasil. Quaisquer Jogos desse tipo e grandiosidade têm práticas padronizadas que são repetidas, e certas coisas que mudam." "A tendência no Brasil", prosseguiu, "será adotar o modelo de Londres. Também aprendemos coisas com Pequim, mas posso lhe dizer que temos de lembrar o caráter específico do Brasil e também do Rio de Janeiro".

Escândalos políticos, como o que levou à demissão do antecessor de Rebelo, Orlando Silva, em 2011, e preocupações com o ritmo das obras no Rio causam preocupações no COI.

Numa recente visita ao Rio, membros da entidade elogiaram a organização local por dar "grandes passos", mas pediram pressa.

"O COI está certo em exigir que a construção vá no ritmo certo. Eles têm a garantia de que as obras serão concluídas a tempo para os Jogos", disse Rebelo, prometendo observar atentamente a forma como Londres lidará com questões de transportes e comunicações durante o evento.

Mas o estudante brasileiro Breno Ferreira, que participava do clima festivo durante a passagem da tocha olímpica pela Trafalgar Square, tem uma avaliação menos entusiasmada que a do ministro.

"Ah, meu Deus!", exclamou ele ao ser instado a comparar o Rio com Londres. "Todo mundo estava falando do transporte aqui e resmungando, mas está ótimo em comparação ao Rio. Em Londres, posso andar por aí sem medo, mas no Rio o transporte e a segurança não são bons. Precisamos melhorar muito." O ministro comunista disse que o mais importante para o Brasil será deixar "um legado (...) material, social e espiritual, de valores, que não são coisas materiais". Num país em que o futebol é uma "religião pagã", como ele descreveu, Rebelo disse esperar que nos próximos quatro anos o Brasil explore seu potencial em outros esportes - a começar pelas disputas das próximas duas semanas em Londres.

"Ir bem em Londres será um grande reforço", disse ele. "Além de construir a infraestrutura, vamos treinar nossos atletas para podermos estabelecer metas elevadas em 2016, talvez não a quarta colocação (como é a meta da Grã-Bretanha), mas certamente melhor do que conseguimos em Pequim e vamos conseguir em Londres."

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