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Aldo espera que Marin preste explicações sobre gravações

Gravações divulgadas na Internet revelam críticas ao ministro e com comentários comprometedores sobre eleições na CBF


	Aldo Rebelo: "essas não são as melhores notícias que o Brasil tem a oferecer para a Copa, mas tenho expectativa que o presidente Marin vai prestar explicações", disse o ministro do Esporte.
 (Antonio Cruz/ABr)

Aldo Rebelo: "essas não são as melhores notícias que o Brasil tem a oferecer para a Copa, mas tenho expectativa que o presidente Marin vai prestar explicações", disse o ministro do Esporte. (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 16h23.

Brasília - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, espera que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, dê explicações sobre gravações divulgadas na Internet com críticas ao ministro e com comentários comprometedores sobre eleições na CBF.

Em um áudio postado no YouTube, cuja voz é atribuída a Marin, a pessoa que fala critica Aldo por não ter força política, numa conversa com um interlocutor não revelado.

Em outros áudios a pessoa cuja voz é atribuída a Marin, que também preside o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, faz acertos com aliados sobre as eleições internas da CBF.

"Essas não são as melhores notícias que o Brasil tem a oferecer para a Copa, mas tenho expectativa que o presidente Marin vai prestar explicações", afirmou Aldo à Reuters, em entrevista nesta semana, ao ser questionado sobre as gravações.

Além das gravações, Marin é alvo de uma investida política do ex-atacante da seleção brasileira e atual deputado federal, Romário (PSB-RJ), que pede explicações dele sobre sua atuação durante o período da ditadura militar. A cobrança começou depois que Marin usou o site da CBF para se defender de uma suposta campanha difamatória da sua atuação política naquele período.

Nesta semana, Romário entregou na sede da CBF, no Rio de Janeiro, um abaixo-assinado com milhares de assinaturas pedindo a saída de Marin.

As relações entre o governo federal e Marin, longe de serem amistosas, estão no seu pior momento depois que os áudios começaram a ser divulgados, segundo uma fonte ouvida pela Reuters com conhecimento do assunto. E a pressão sobre o presidente da CBF e do COL aumentou.

Marin disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que tem "uma relação direta e transparente com o ministro e não vai comentar as declarações". Sobre as gravações atribuídas a Marin, já que apenas sua voz é identificada sem imagens ou interlocutores, a assessoria disse que ele não faria comentários.


Segundo Aldo, as relações entre o governo, Marin e a Fifa são "institucionais, de trabalho", mesmo após as críticas feitas nas gravações. Num dos áudios atribuídos ao presidente da CBF, o ministro é classificado como "limitado" e com raciocínio "demorado".

Apesar de cobrar explicações do presidente da CBF e do COL, Aldo diz que o governo não se envolverá na polêmica sobre as gravações. "O trabalho do presidente do Comitê Organizador Local e do presidente da CBF é uma atribuição dele e não do governo", argumentou.

Mas o ministro ressaltou que os órgãos responsáveis podem realizar as investigações necessárias.

"O Brasil tem órgãos de fiscalização, de controle, de vigilância, tudo aquilo que merecer uma investigação nós temos as instituições legítimas para essa finalidade", afirmou.

Para o ministro, a imagem do Brasil não fica arranhada com as denúncias contra o presidente do COL. No entanto, segundo a fonte, que pediu anonimato, há preocupação sim da Fifa e do governo com possíveis prejuízos à imagem do país e à Copa, caso se avolumem as denúncias contra Marin, ainda mais se isso acontecer durante a realização da Copa das Confederações, em junho.

O governo teme, segundo a fonte, que as pressões sobre o presidente da CBF e do COL aumentem ao ponto de a situação ficar insustentável, como aconteceu com seu antecessor, Ricardo Teixeira, que se viu forçado a renunciar há pouco mais de um ano em meio a denúncias sobre irregularidades.

A Fifa afirmou em nota, em resposta a solicitação da Reuters, que está "monitorando a situação no Brasil, mas para a Fifa não há problemas com o presidente Marin".

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