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Alckmin tenta minimizar crise e pressão

Dirigentes dos partidos do Centrão cobram de Alckmin estratégia para expor fragilidades de Jair Bolsonaro, candidato do PSL

Alckmin: publicitário Marcelo Vitorino, responsável pela área digital do comitê tucano, foi substituído na função (Paulo Whitaker/Reuters)

Alckmin: publicitário Marcelo Vitorino, responsável pela área digital do comitê tucano, foi substituído na função (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de agosto de 2018 às 09h47.

Última atualização em 25 de agosto de 2018 às 17h51.

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, procurou minimizar na sexta-feira, 24, a crise em sua campanha e afirmou que a substituição do seu coordenador de redes sociais foi decorrente da "ampliação" da equipe.

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou na sexta que o publicitário Marcelo Vitorino, responsável pela área digital do comitê tucano desde a pré-campanha, foi substituído na função pelo jornalista Alexandre Inagaki. Vitorino foi deslocado para outra tarefa na área de "mobilização" da campanha.

A reestruturação ocorreu no momento em que dirigentes dos partidos do Centrão - formado por DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB - cobram de Alckmin mudanças na estratégia digital para expor fragilidades e contradições de Jair Bolsonaro, candidato do PSL ao Planalto. Na avaliação do bloco, as mídias sociais do tucano estão "burocráticas" e não atraem eleitores. 

Ao participar de um evento na sexta em Belo Horizonte, o ex-governador disse que Vitorino continua no grupo. "Não houve substituição. O Vitorino continua com a gente. Nós agregamos lá, ampliamos um pouco o time na área de redes sociais", disse Alckmin após visitar uma entidade de assistência social.

Em nota, a coordenação de comunicação da campanha do presidenciável tucano afirmou que Vitorino "tem a confiança da coordenação" e "continua como responsável pelas ações de estratégia na área digital". "Agora com foco na mobilização, que tem como um dos objetivos combater notícias falsas e boatos disseminados em redes sociais e veículos de comunicação, arma prioritariamente utilizada pelos adversários."

Apesar das manifestações, tucanos e aliados admitem reservadamente que a campanha ainda não encontrou uma narrativa nas redes sociais para "desconstruir" Bolsonaro. Materiais produzidos em vídeo foram descartados e pesquisas qualitativas estão sendo feitas para encontrar o tom ideal das mensagens. 

O presidenciável do PSL é considerado o principal adversário do tucano na disputa por uma vaga no segundo turno da disputa presidencial. A avaliação é de que o PT tem lugar garantido na etapa final do pleito. 

As redes sociais são apontadas como elemento determinante para alavancar Alckmin por ser uma arena na qual Bolsonaro tem presença mais consolidada.

No Facebook, o candidato do PSL possui 5,5 milhões de seguidores; o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 3 7 milhões e Alckmin, 912,6 mil.

Tempo de TV

Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na segunda-feira, mostrou Alckmin com 7% das intenções de voto no cenário sem Lula. Bolsonaro tem 20%, Marina Silva (Rede), 12% e Ciro Gomes (PDT) tem 9%. Os números ampliaram a pressão sobre a equipe de comunicação da campanha, que é coordenada pelo marqueteiro Lula Guimarães.

Quando questionados sobre o fraco desempenho nas pesquisas, tucanos apontam o tempo de TV de Alckmin, o maior entre todos os candidatos, como tábua de salvação. 

O ex-governador terá a partir da semana que vem 12 inserções diárias de 30 segundos no rádio e TV. A ideia é usar parte desses comerciais para atacar Bolsonaro, mas a linha de ação ainda não foi definida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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