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Alckmin tem números ruins no Sudeste, segundo CNI/Ibope

Resultado da pesquisa ajuda a explicar porque a candidatura do tucano enfrenta resistências também nacionalmente

Alckmin: ex-governador de São Paulo, Alckmin registrou 8 pontos porcentuais na região Sudeste (Adriano Machado/Reuters)

Alckmin: ex-governador de São Paulo, Alckmin registrou 8 pontos porcentuais na região Sudeste (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de junho de 2018 às 10h12.

São Paulo - O presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, tem o pior desempenho entre os principais pré-candidatos ao Palácio do Planalto quando se avalia as intenções de voto de cada um na sua região de origem, segundo o mais recente levantamento CNI/Ibope.

Ex-governador de São Paulo, Estado que comandou por mais de 13 anos, Alckmin registrou 8 pontos porcentuais na região Sudeste, contra 12 pontos, por exemplo, de Alvaro Dias (Podemos) no Sul e 17 de Marina (Rede) no Norte/Centro-Oeste.

Para especialistas ouvidos pelo Estado, esse resultado ajuda a explicar porque a candidatura do tucano enfrenta resistências também nacionalmente.

Nos cálculos do cientista político Murilo Aragão, da consultoria Arko Advice, Alckmin chegaria a 10% ou 12% nas pesquisas nacionais de intenção de voto (e não o intervalo atual, de 4% a 6%) caso registrasse o mesmo patamar alcançado pelo pré-candidato tucano João Doria nos levantamentos para governo do Estado (cerca de 25%).

"Isso mudaria a situação dele, faria com que sua candidatura fosse menos questionada. Mas Alckmin não fez a lição de casa e agora o sinal de alerta está aceso. É só lembrar que Aécio Neves perdeu a eleição em 2014 justamente em Minas Gerais, seu berço político", disse.

Divulgada na quinta (29), a pesquisa confirma a percepção da própria campanha tucana de que Jair Bolsonaro (PSL) é o maior "ladrão" dos votos do PSDB no Sudeste. Enquanto Alckmin tem 8%, o deputado - que é paulista, mas fez carreira política no Rio -, chega a 19%, mais que o dobro. Não é à toa que os perfis do pré-candidato tucano nas redes sociais atacam diretamente o parlamentar.

A situação confortável de Bolsonaro e Álvaro Dias, no Sul, também preocupa. Diferentemente do Sudeste, que tradicionalmente se divide entre PT e PSDB, os eleitores de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul sempre dão vitória aos tucanos quando o embate é direto. Nestas eleições, no entanto, com a pulverização de candidaturas à Presidência, Bolsonaro tem 21% no Sul e Alckmin, 4%.

"Se você não está bem em casa, como vai pedir apoio para o vizinho?", questionou Dias, que é senador pelo Paraná e ex-governador do Estado. Para o presidenciável do Podemos, todo político deve cuidar do quintal de casa. "Sempre fiz essa reflexão."

Para a professora de ciências políticas da PUC-SP Vera Chaia, as dificuldades de Alckmin passam pela indefinição dele em relação ao palanque estadual paulista. "Quem é seu candidato, afinal? É Doria ou o atual governador, Márcio França, que lhe sucedeu? Pode não parecer, mas essa divisão complica sua situação no Estado", afirmou. Vera Chaia cita ainda que tanto Alckmin quanto o PSDB sofrem com o "desgaste" de o partido ter governado o Estado por 24 anos. Coordenador do programa de governo do tucano, Luiz Felipe d'Avila disse que os dados não preocupam neste momento. "Estamos focados na elaboração de propostas e na construção de alianças com outros partidos. Esses sim são fatores que serão decisivos para crescer nas pesquisas quando a eleição começar em agosto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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