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Alckmin pede investigação ágil para cartel de trens

Para o governador, a agilidade evitará envolvimento de "nome de pessoas sérias" no escândalo


	O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB): quatro de seus secretários são citados no inquérito que investiga o cartel
 (Marcelo Camargo/ABr)

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB): quatro de seus secretários são citados no inquérito que investiga o cartel (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 08h24.

São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem, quarta-feira, 11, ser a favor de rapidez nas investigações sobre o cartel de trens e metrôs suspeito de atuar no Estado durante governos tucanos, incluindo o seu. Para ele, a agilidade evitará envolvimento de "nome de pessoas sérias" no escândalo.

"Nós queremos que a investigação se faça com seriedade e rapidez, até para não colocar o nome de pessoas sérias envolvidas", afirmou em evento na capital paulista. "Precisamos ser justos. Você não pode agir sem ser de forma justa. O que precisamos é investigar. Esclarecer rapidamente, doa a quem doer."

Quatro de seus secretários são citados no inquérito que investiga o cartel. Os titulares da Casa Civil, Edson Aparecido (PSDB), e do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM), são apontados pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer como destinatários de "comissões" do cartel.

Os secretários de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes (PSDB), e de Energia, José Aníbal (PSDB), são citados como sendo próximos do consultor Arthur Teixeira, apontado como lobista do cartel.

Como alguns dos secretários são deputados licenciados, a Justiça decidiu remeter na terça-feira o inquérito do cartel para que o Supremo Tribunal Federal autorize a continuidade das investigações. Isso porque os parlamentares têm prerrogativa de foro.

Na sexta-feira passada, Rheinheimer, principal testemunha do caso, reafirmou em depoimento ao Ministério Público Federal o conteúdo de um relatório que chegou às mãos da Polícia Federal por meio do ministro José Eduardo Cardozo.

Esse relatório, cujo conteúdo foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo no fim do mês passado, citava propina para o chefe da Casa Civil de Alckmin e para o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), ligado aos tucanos paulistas.


No depoimento de sexta, Rheinheimer afirmou que os "acordos financeiros" envolviam outro secretário de Alckmin, Rodrigo Garcia, além do deputado estadual Campos Machado (PTB), também próximo dos tucanos. Todos negam enfaticamente envolvimento com ilegalidades.

O ex-diretor da Siemens assinou uma delação premiada com a Polícia Federal, pela qual pretende aplacar futuras punições por sua participação no cartel.

Rheinheimer também é um dos ex-diretores da Siemens que assinaram o acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo federal. Nesse acordo, a multinacional alemã admitiu ter integrado um esquema de combinação de preços entre 1998 e 2008 em contratos de São Paulo e do Distrito Federal.

Em troca da "confissão", a empresa também esperar ver aplacadas possíveis sanções do órgão federal. O processo do Cade deverá ser aberto só em 2014, segundo seus integrantes.

Reações

Citado como recebedor de propina no novo depoimento de Rheinheimer, Rodrigo Garcia afirmou nesta quarta-feira que "repudia com veemência as tentativas de vincular seu nome ao caso do cartel de trens".

"Não tenho relação alguma com os fatos investigados. O próprio autor das acusações, após apresentar várias versões diferentes, admite não ter provas do que diz. Está evidente que tais afirmações foram requentadas por motivação política", disse em nota.

Edson Aparecido, mencionado por Rheinheimer duas vezes, classificou o ex-diretor da Siemens como "uma figura criminosa que fala de coisas que ouviu dizer". Os dois secretários de Alckmin elogiaram a decisão da Justiça em remeter os autos do caso do cartel a Brasília. Ambos afirmaram confiar no STF para a apreciação do caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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