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Alckmin libera carne na merenda, mas pede controle "rigoroso"

O governador tinha anunciado que substituiria a proteína por outros alimentos, após a deflagração da Carne Fraca, mas a decisão preocupou o governo federal

Merenda: os produtos seriam substituídos por outros, como ovos, sardinha, verdura e carne suína (Arquivo/Agência Brasil)

Merenda: os produtos seriam substituídos por outros, como ovos, sardinha, verdura e carne suína (Arquivo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2017 às 16h45.

Última atualização em 21 de março de 2017 às 16h46.

São Paulo - Um dia após ter anunciado que iria suspender temporariamente a utilização de carne na merenda das escolas estaduais paulistas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou atrás e disse nesta terça-feira, 21, que "há confiança" no produto e que o acompanhamento do governo estadual é "rigoroso".

Alckmin já havia sinalizado ao Palácio do Planalto que iria rever a decisão da Secretaria de Educação do Estado.

"Há confiança. Nós temos em São Paulo, além do SIF (Serviço de Inspeção Federal), o sistema paulista. E, no caso da Secretaria da Educação, ainda tem o controle - acho que é do Instituto Adolfo Lutz. Então, você tem mais um controle ainda. O acompanhamento é rigoroso", disse o governador durante visita ao bairro Jardim Ângela, no extremo sul da capital.

A suspensão temporária foi anunciada por meio de uma circular expedida pela Diretoria de Alimentação e Assistência ao Aluno da Secretaria de Educação de São Paulo às direções das escolas de São Paulo.

A decisão se referia ao consumo de carne bovina, salsicha e peito de frango nos colégios. Os produtos seriam substituídos por outros, como ovos, sardinha, verdura e carne suína.

Conforme a reportagem informou, a medida preocupou o governo federal porque poderia gerar um efeito em cascata nos demais Estados e agravar ainda mais os problemas já enfrentados com o mercado em geral, por causa da Operação Carne Fraca, que nesta sexta-feira, 17, detectou fraude na liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos no País.

Alckmin destacou a necessidade de apurar o esquema, "que é grave, porque envolve saúde pública", e de defender o consumidor. O governador cobrou ainda punição dos envolvidos.

"É preciso apurar esses casos que foram colocados, punir e de outro lado esclarecer para não ter um grande prejuízo para uma atividade econômica tão importante para o Brasil", afirmou.

Ao tomar conhecimento da medida, tanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quanto o Planalto entraram em ação para tentar reverter o quadro.

O governo federal teme também que esta suspensão possa ter um efeito ainda mais negativo no mercado externo, onde o Brasil luta para reverter os embargos já anunciados. Uma medida como essa no mercado interno reforça o discurso lá fora contra o produto brasileiro.

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