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Alckmin ganha prêmio agrícola, mas vende áreas de pesquisa

O governo de São Paulo defende as vendas e alega que as áreas são "inservíveis ou de pouca serventia"


	Geraldo Alckmin: o governo de São Paulo defende as vendas e alega que as áreas são "inservíveis ou de pouca serventia"
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Geraldo Alckmin: o governo de São Paulo defende as vendas e alega que as áreas são "inservíveis ou de pouca serventia" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2016 às 15h18.

Ribeirão Preto - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi premiado nesta segunda-feira, 4, pelo setor privado, na abertura do Global Agribusiness Forum (GAF) 2016, pelo trabalho de inovação tecnológica desenvolvido pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).

A premiação ocorre justamente no momento em que o governo paulista tenta vender áreas de 16 instituições de pesquisas paulistas ligadas à Apta.

Todas estão incluídas em um pacote de 79 imóveis previstos para serem comercializados à iniciativa privada para engordar em R$ 1,43 bilhão o caixa do Estado.

A venda está prevista no projeto de lei 328/2016, de abril deste ano, enviado em regime de urgência à Assembleia Legislativa Paulista, cuja tramitação foi suspensa pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Estado de São Paulo por falta de audiências públicas prévias e por suspeita de inconstitucionalidade na proposta.

O governo de São Paulo defende a venda e alega que as áreas são "inservíveis ou de pouca serventia" e que no pacote estão imóveis "utilizados total ou parcialmente, não interessam ao governo mantê-los no acervo patrimonial, ante a possibilidade de as repartições públicas lá localizadas serem transferidas para outros imóveis, sem prejuízo da qualidade do serviço prestado".

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que Alckmin havia declinado do convite de ir à abertura do evento, realizado entre segunda-feira e hoje na capital paulista e que seria representado pelo secretário de Agricultura, Arnaldo Jardim.

No entanto, o governador mudou de ideia quando o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) confirmou presença.

O presidente do GAF 2016, Cesário Ramalho, admitiu que sequer sabia que Alckmin seria premiado, bem como desconhecia o projeto de vendas de áreas de pesquisas paulistas.

"A premiação prevista era ao governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), pelo incentivo à pesquisa pecuária no Estado", disse. "Sobre o projeto, eu sinceramente não sabia, mas sou contra como fui à época em que estava na presidência da Sociedade Rural Brasileira (SRB), quando lutamos para evitar a venda de uma área de pesquisa da Embrapa próxima a Brasília", lembrou Ramalho.

Já Gustavo Junqueira, presidente da SRB, uma das entidades idealizadores da premiação a Alckmin, admitiu que "talvez não tenha olhado todas as facetas", ao premiar o governador, mas defendeu a proposta da venda das áreas.

"Uma coisa é questão dos ativos, outra coisa é a relação dele (Alckmin) com os profissionais de pesquisa. Ele vai ter de redimensionar as áreas do Estado e a discussão que passa agora é como otimizar sem sacrificar", concluiu.

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