"Primeiro não sei se é (referência ao meu nome), segundo não sei em qual circunstância, então é preciso verificar", disse Geraldo Alckmin (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2015 às 17h56.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse não ter ideia do que seria uma possível citação do seu nome em anotações do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso no curso das investigações da operação Lava Jato.
Segundo o governador, o relatório da Polícia Federal sobre o que foi encontrado no celular do empresário aponta para um conteúdo "quase ininteligível".
"Não tenho a menor ideia do que possa ser. Primeiro não sei se é (referência ao meu nome), segundo não sei em qual circunstância, então é preciso verificar. Aliás, é quase ininteligível aquilo que foi apresentado", disse.
Alckmin confirmou que teve uma reunião com a Odebrecht em outubro do ano passado e disse que tratou com o empresário do projeto Aquapolo, reúso de água, da qual a empresa é sócia, e de outros investimentos.
"Recebo aqui todo mundo que quer falar com o governador. Conversamos sobre a água de reúso, sobre investimentos na área de saneamento, metrô, enfim, investimentos normais do estado."
Segundo relatório da PF, o aparelho celular de Marcelo Odebrecht trazia referência a políticos em siglas. "GA" seria uma referência a Geraldo Alckmin.
Outras siglas foram encontradas, como MT em referência ao vice-presidente Michel Temer, GM para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e outras mais óbvias, como ECunha para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Lula, em referência ao ex-presidente.
Haveria ainda no aparelho, segundo a PF, anotações do encontro de Odebrecht com Alckmin em outubro do ano passado.
Eduardo Cunha
O governador confirmou que teria uma audiência nesta terça com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mas disse que foi cancelada pelo peemedebista por uma questão de agenda.
Alckmin disse que seriam tratados temas de interesse do Estado com o Legislativo, como a questão do pacto federativo, reforma do ICMS e a pauta da maioridade penal.
Explicou ainda que seria um encontro rotineiro, inicialmente previsto para a semana passada e novamente adiado.
Alckmin não quis comentar a ruptura de Cunha com o governo federal. "Esse é um tema dele, do seu partido, não me cabe comentar", desconversou.