Superávit: foi anunciada hoje, 5, a balança comercial brasileira em 2023. (Paulo Prada/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 18h21.
Última atualização em 5 de janeiro de 2024 às 18h29.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou nesta sexta-feira, 5, que houve em 2023 um recorde na exportação de commodities como soja, açúcar, milho, carnes, além de máquinas para mineração e aparelhos elétricos. A fala ocorreu em transmissão exibida na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), durante o anúncio do resultado da balança comercial brasileira em 2023.
"Tivemos recorde de exportação para China, Indonésia, México, Vietnã, Argélia, Uruguai e Paraguai", detalhou Alckmin, acrescentando que a pasta projeta para 2024 um novo recorde para as exportações, com valor US$ 348,2 bilhões, alta de 2,5% em relação ao resultado de 2023.
Por fim, Alckmin afirmou, ainda, que a diminuição nas importações registrada no ano passado foi auxiliada pela queda de preços de commodities.
O vice-presidente ressaltou ainda que o número de empresas brasileiras exportadoras foi recorde em 2023, com alta de 2% na comparação com 2022.
Em junho do ano passado, a pasta de Alckmin divulgou um estudo inédito sobre o perfil das firmas exportadoras, tendo como base um recorte sobre dados disponíveis em 2020.
Na ocasião, o estudo concluía que menos de 1% das empresas brasileiras — cerca de 25 mil — exportavam seus produtos. O mesmo estudo ainda apontava que essas empresas eram responsáveis por 15% da força de trabalho formal do país.
Na ocasião da divulgação realizada no ano passado, a pasta destacou o potencial de o Brasil ampliar sua base exportadora, pontuando que, para atingir este objetivo, o país dependia, dentre outros fatores, de assinaturas de novos acordos comerciais.
Nesta sexta-feira, Alckmin ainda comemorou o fim do antidumping aplicado pelos Estados Unidos aos tubos soldados de aço não-ligado de seção circular importados do Brasil.
Ele se referia a uma decisão, que estava em vigor desde 1992, da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês), que revogou o direito antidumping aplicado a esses produtos na quinta-feira, 4.
Na prática, os EUA irão deixar de cobrar taxas adicionais de 103 4%, na forma de alíquota "ad valorem", na importação de tubos soldados de aço não-ligado originários do Brasil, o único país a ser excluído da medida. Não houve alteração ou revogação das medidas de defesa comercial referentes aos demais mercados.
A decisão anunciada na quinta decorre da conclusão de que a extinção da medida para as exportações brasileiras não implicará dano material à indústria dos EUA.
Para a secretária de Comércio Exterior da pasta, Tatiana Prazeres, a medida é "muito positiva" para as exportações brasileiras.
Ela afirmou que, embora existam outras restrições afetando produtos siderúrgicos, o governo tem apoiado empresas nacionais que estão nessas situações. "E temos sido muito bem-sucedidos. O fato de só o Brasil ter sido excluído da taxa é sinal da nossa capacidade", disse a secretária.
Em 2023, o Brasil exportou aproximadamente US$ 1,8 bilhão de obras de ferro fundido, ferro ou aço, dos quais US$ 332 milhões destinados aos EUA, representando 18% das exportações brasileiras nesse segmento, de acordo com o MDIC.
Já as exportações brasileiras de tubos soldados de aço de seção circular (classificadas na subposição 7306.30 NCM/SH6) somaram aproximadamente US$ 22 milhões em 2023, dos quais US$ 457 mil foram destinados aos Estados Unidos (2% das exportações brasileiras nesse segmento), podendo tal mercado experimentar incremento a partir da revogação da medida de defesa comercial pelo governo dos EUA.