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Alckmin defende salário mínimo acima de R$ 545

Governador de São Paulo defendeu um aumento maior devido ao aumento nos preços dos alimentos

Geraldo Alckmin não confirmou se apóia a proposta de José Serra para o mínimo (Milton Michida/DIVULGAÇÃO)

Geraldo Alckmin não confirmou se apóia a proposta de José Serra para o mínimo (Milton Michida/DIVULGAÇÃO)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 15h14.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu hoje que o reajuste do salário mínimo seja superior aos R$ 545, proposto pelo governo Dilma Rousseff. No entanto, ele não encampou diretamente a proposta do ex-governador José Serra (PSDB) de que o mínimo suba para R$ 600

. "Na área federal, é preciso avaliar as contas da Previdência Social. Mas eu acho que poderia ser maior, levando-se em consideração a inflação de alimentos", disse, ao responder sobre a viabilidade de um mínimo de R$ 600. Desde a campanha eleitoral para a Presidência da República no ano passado, Serra defende que o salário mínimo seja elevado para R$ 600, dizendo que o reajuste seria "factível".

"É preciso verificar que a inflação de alimentos foi de dois dígitos, é só ver quanto aumentou o feijão", afirmou Alckmin. "Poder melhorar o salário mínimo, eu diria, é uma medida de justiça social". A inflação do grupo de alimentação e bebidas medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2010 em 10,39%.

Na semana passada, o governo do Estado de São Paulo anunciou o reajuste para o piso regional que é composto por três faixas: R$ 600, R$ 610 e R$ 620, de acordo com a ocupação do trabalhador.

O governador avaliou que os gastos do governo federal têm sido elevados, o que, segundo ele, criou um "evidente" problema de natureza fiscal no Brasil. Para ele, os excessos nas contas públicas são responsáveis por uma política monetária "muito dura". "É evidente que nós temos um problema de natureza fiscal" disse. "Esse problema fiscal tem levado com que o controle da inflação se faça apenas com a elevação de juros, o que cria uma política monetária muito dura", acrescentou. Alckmin ressaltou que o efeito chega na política cambial, com "uma moeda sobrevalorizada".

Hoje, o Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, divulgou um análise na qual critica os gastos públicos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seriam uma "herança maldita" para a administração de Dilma Rousseff. De acordo com o instituto, o corte de R$ 50 bilhões do Orçamento da União, anunciado pelo governo federal, indica que a gestão anterior "soltara, irresponsavelmente, as rédeas dos gastos". "Dilma é fiadora direta desta má herança".

"Eu entendo que as medidas de natureza fiscal anunciadas pelo governo federal são necessárias para podermos segurar a inflação e, por outro lado, termos uma macroeconomia mais condizente com o desenvolvimento", disse Alckmin, sobre as medidas fiscais anunciadas pelo governo Dilma.

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