Alckmin: "O Lula não é culpado, o PT não é culpado e o Fernando Henrique, que está fora do governo há 16 anos, é o culpado?" (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de setembro de 2018 às 17h47.
São Paulo - O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, defendeu na manhã deste sábado, 22,o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso das críticas do concorrente Ciro Gomes (PDT).
Desde quinta-feira, quando FHC fez uma carta pregando a união das candidaturas de centro, o candidato do PDT tem feito críticas ao tucano. De acordo com Ciro, o ex-presidente e o PSDB são também responsáveis pela radicalização do debate político.
"Ciro tem duas características. Uma é não gostar de São Paulo, sempre que pode ele fala mal de São Paulo. E a outra é não ter espírito de Justiça. Como é que pode? O Lula não é culpado, o PT não é culpado e o Fernando Henrique, que tá fora do governo há 16 anos, é o culpado?", disse Alckmin, após ato de campanha em Sorocaba (SP).
A defesa enfática que Alckmin faz de FHC ocorre após críticas internas da campanha tucana ao Planalto ao tom adotado pelo ex-presidente na carta. Ao não mencionar o nome de Alckmin como a candidatura de centro a qual os outros partidos deveriam se aglutinar, a carta gerou desconforto entre apoiadores do ex-governador paulista.
Na madrugada de sexta-feira, porém, ao sair do debate das emissoras católicas realizado em Aparecida (SP), Alckmin disse que a carta foi feita com o intuito de não personalizar ninguém.
A fala de Alckmin também marca uma inflexão da campanha tucana em relação aos demais concorrentes. Alckmin já havia criticado publicamente os candidatos do PT, Fernando Haddad, e do PSL, Jair Bolsonaro, e poupado os demais presidenciáveis.
Ontem, em Pindamonhangaba (SP), cidade onde nasceu assim como Alckmin, Ciro disse mais uma vez que o ex-governador paulista é um amigo dele mas que ambos divergem politicamente.
Na agenda em Sorocaba, o presidenciável tucano voltou a criticar a proposta do economista Paulo Guedes, da campanha de Bolsonaro, de recriar a CPMF e unificar a alíquota do Imposto de Renda.
O tucano se comprometeu a não criar mais impostos e a corrigir a tabela do IR. Ele garantiu ainda que, se eleito, vai reajustar o salário mínimo acima da inflação.
O tucano disse mais uma vez acreditar em uma última onda que o levará ao segundo turno.