Brasil

Alckmin cobra de Dilma recurso para o metrô

Governador quer ter recursos do PAC para ampliar o transporte até São Bernardo do Campo

Mesmo com o estreitamento das relações com a presidente Dilma Rousseff, Alckmin reclamou da ausência de recursos federais no projeto (Milton Michida/Governo de SP)

Mesmo com o estreitamento das relações com a presidente Dilma Rousseff, Alckmin reclamou da ausência de recursos federais no projeto (Milton Michida/Governo de SP)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2011 às 14h24.

São Paulo - Dois dias após fechar parceria com o governo federal para a construção do trecho norte do Rodoanel e garantir recursos para a hidrovia Tietê-Paraná, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cobrou hoje (15) mais participação da União na ampliação da malha metroviária da região metropolitana. Durante inauguração da extensão da Linha 4 - Amarela, o governador disse que o Estado pleiteia recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para levar o metrô até o ABC paulista. "Nós estamos trabalhando para ter recursos do PAC e levar o metrô até São Bernardo do Campo", afirmou.

O objetivo do governo paulista é estender a malha metroviária da capital para os municípios da Grande São Paulo, entre eles Guarulhos e São Bernardo do Campo. Mesmo com o estreitamento das relações com a presidente Dilma Rousseff, Alckmin reclamou da ausência de recursos federais no projeto. "Não há nenhum centavo (do governo federal). Aqui tem financiamentos, recursos do tesouro paulista e da Parceria Público-Privada (PPP)", contou.

Nesta semana, Alckmin e Dilma trocaram elogios públicos durante assinatura do contrato para o início das obras do trecho norte do Rodoanel. Com um discurso conciliador, ambos defenderam o fim das divergências políticas e o trabalho em conjunto. O governo federal já liberou R$ 1,72 bilhão para o Rodoanel e R$ 1,5 bilhão para a hidrovia.

Lotação - Em meio à tumultuada inauguração das estações República e Luz da Linha 4 - Amarela, o governador anunciou os novos recordes de passageiros batidos na última semana: 2,5 milhões de usuários de trens da CPTM e 4,150 milhões de passageiros por dia no Metrô de São Paulo. "Vamos chegar rapidamente a 7 milhões (de passageiros)", comemorou Alckmin.

De acordo com Alckmin, a economia é um dos fatores que está levando mais passageiros a utilizar o transporte sobre trilhos, uma vez que a cada usuário consegue economizar até R$ 64,00 por mês utilizando só metrô e trem. "A superlotação é uma realidade porque está mais barato (andar de metrô ou trem)", concluiu. "As pessoas estão pegando metrô ou trem porque é mais rápido, não tem congestionamento e não atrasa. Preferem ir mais apertadas para chegar em casa mais cedo. E o que motiva é a economia."


O governo estadual espera que a chegada da Linha 4 - Amarela às estações Luz (Linha 1 - Azul) e República (Linha 3 - Vermelha) desafogue em 20% o movimento da estação Sé, hoje uma das mais movimentadas do sistema por intercalar as linhas 1 e 3. No entanto, as duas estações da Linha 4 estarão operando em horário limitado: das 10h as 15h, de segunda-feira a sábado (incluindo feriados). A ampliação do horário de funcionamento deve acontecer até 30 de setembro.

No final da inauguração, um passageiro cobrou do secretário dos Transportes Metropolitanos Jurandir Fernandes mais estações do Metrô e menos superlotação. "Talvez seja melhor não inaugurarmos mais metrô, aí não lota, é isso?", ironizou o secretário. O desempregado Nilson Bernardino da Silva, de 32 anos, reclamou da falta de transporte na região do Campo Limpo, zona sul, e das inaugurações de obras em ano eleitoral. "Então o ano que vem podemos pular porque é ano eleitoral, tá bom?", sugeriu o secretário.

Atualmente, o governo trabalha em obras de ampliação das linha 2,4 e 5 e prepara a construção de uma linha que leve o metrô até o aeroporto de Congonhas, na zona sul. São Paulo tem hoje 330 km de transporte sobre trilhos, sendo só 73,6 km de metrô.

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