Geraldo Alckmin: governador de São Paulo e candidato à reeleição, Alckmin caiu em pegadinha feita por estudantes na zona sul da capital (Divulgação/Facebook/Geraldo Alckmin)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2014 às 11h47.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi alvo ontem em uma "pegadinha" ao posar para fotos com estudantes que carregavam um cartaz de protesto contra a crise de abastecimento de água que afeta a região metropolitana de São Paulo. Os jovens autores da peça declararam ao Estado voto ao candidato da oposição, Alexandre Padilha (PT), terceiro colocado nas pesquisas. O tucano lidera a disputa.
A ideia da reivindicação partiu de sete estudantes de um cursinho da região do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, zona sul da capital, local onde estava previsto o compromisso de campanha de Alckmin. Eles passavam pela região quando saíam da aula para almoçar e viram o governador participando de uma caminhada, distribuindo cumprimentos e tirando fotos com eleitores.
Sem saber que os estudantes preparavam um protesto, Alckmin também aceitou posar para as câmeras com os jovens, que pediram um registro do encontro com o tucano.
Quando todos estavam a postos e sorrindo, uma das estudantes sacou do bolso um pequeno cartaz com os dizeres: "Cadê a água?". Várias imagens foram registradas pelo celular de uma das garotas do grupo.
Integrantes do estafe de Alckmin repreenderam os estudantes quando se deram conta do ato. "Para quê isso?", perguntou o ajudante de ordens do governador aos jovens, em tom de revolta. Constrangido, Alckmin sorriu assim que se deu conta de ter caído na peça pregada pelos jovens e saiu rapidamente do local acompanhado pela equipe de campanha.
O grupo de estudantes era formado por Aline Cerqueira, de 18 anos, Barbara Cavazzani, de 17, Gabriela Bechara, de 18, Lais Poza, de 17, Mateus Andrade, de 18, Elen Dornelis, de 20, e Maria Gabriela, de 20.
Improviso
Eleita porta-voz do grupo, Lais disse que a ideia veio de improviso, quando o grupo se deparou com a aglomeração de pessoas que acompanhavam Alckmin na caminhada. Ela afirmou que o que indigna os jovens é o fato de o governador não assumir que o racionamento de água já existe nos municípios atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O governo nega haver qualquer tipo de rodízio no abastecimento.
"O problema é a falta de vergonha na cara de não reconhecer que já existe racionamento em muitos lugares. E não só pela seca. É que não houve planejamento também", afirmou. Além de declarar voto em Padilha, eles disseram que, para presidente, vão optar por Luciana Genro (PSOL).
Democrata cristão
Alckmin fez ontem uma caminhada no Largo 13 ao lado de Eymael, candidato do PSDC ao Palácio do Planalto. A agenda conjunta foi marcada a pedido de Eymael, cujo partido integra a coligação tucana em São Paulo.
Eymael já aguardava no calçadão antes da chegada do governador, acompanhado de três seguranças e cerca de 20 cabos eleitorais, que distribuíam santinhos e empunhavam bandeiras.
Um outro rapaz seguia a comitiva de Eymael carregando uma caixa de som, que tocava o famoso jingle do candidato, em sua versão original: "Ey-ey-ey-mael, um democrata cristão".
O presidenciável caminhou por alguns metros ao lado do governador. Depois, chamou-o num canto e disse que iria embora, para não atrapalhar mais a caminhada do tucano.
Em entrevista coletiva concedida ao fim da caminhada, Alckmin voltou a afirmar que não há risco de a população que é abastecida pelo Sistema Cantareira ficar sem água. "Nós temos uma segunda reserva técnica. E, havendo a necessidade, vamos poder utilizá-la", disse.