Brasil

Alckmin anuncia troca no comando da PM de SP

Nivaldo Cesar Restivo é um dos policiais que responderam a processo pelo Massacre do Carandiru

PM: segundo o secretário, o nome do coronel Restivo foi apresentado pelo próprio alto comando da Polícia Militar (Wikimedia Commons/Divulgação)

PM: segundo o secretário, o nome do coronel Restivo foi apresentado pelo próprio alto comando da Polícia Militar (Wikimedia Commons/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 17h36.

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin anunciou hoje (24) a troca de comando da Polícia Militar no estado.

Entra o coronel Nivaldo Cesar Restivo, que comandava a tropa de choque, e sai o coronel Ricardo Gambaroni, que estava à frente da corporação desde janeiro de 2015.

"O coronel Nivaldo Restivo é um homem que dedicou a vida inteira à Polícia Militar, um estrategista com grande experiência e trabalho na área operacional da PM. Tenho certeza que, com uma boa equipe, dará continuidade ao trabalho do coronel Gambaroni e trará inovações para a segurança de São Paulo", disse o governador, no anúncio sobre a troca.

Restivo é um dos policiais que responderam a processo pelo Massacre do Carandiru, por não ter impedido que policiais sob seu comando praticassem crimes na ocasião, quando dezenas de presos foram executados no presídio do Carandiru em 1992.

No ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou todas as condenações dos policiais que foram condenados pelo episódio.

Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, disse que a troca ocorreu por uma "coisa absolutamente rotineira. Aproximava-se o momento do comandante Gambaroni passar para a inatividade, que será completada em maio".

Segundo o secretário, o nome do coronel Restivo foi apresentado pelo próprio alto comando da Polícia Militar.

Indagado sobre o fato do novo comandante ter respondido ao processo do Carandiru, Barbosa Filho disse que houve um equívoco e que ele foi denunciado por crime de menor potencial ofensivo.

"O coronel Nivaldo era integrante do 2o Batalhão de Choque [na época] e era tenente da logística. Ele não tinha tropa. Não tinha mando de tropa. Ele esteve no Carandiru e não ingressou em pavilhão nenhum daquele sistema penitenciário. A tarefa dele era de dar apoio logístico à tropa, era verificar se todo o material necessário para a tropa estaria lá".

Segundo o secretário, a presença de Restivo no episódio se resumiu nisso. "Ele não teve contato algum com a tropa que estava no interior, não teve contato algum com qualquer das pessoas que estava ali presa. Houve uma denúncia por atacado. Todos os policias que estavam em serviço no Carandiru naquela ocasião foram denunciados. O crime atribuído a ele naquela ocasião era de menor potencial ofensivo", falou.

Segundo nota da secretaria, Restivo está na PM há 35 anos e já comandou o 1º Batalhão de Choque (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar - Rota), o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e o Comandos e Operações Especiais (COE), subordinados ao 4º Batalhão de Choque. "O coronel é tido pelos subordinados como um comandante diligente, justo e de linha operacional, além de calmo e bem humorado quando fora de missão", diz a nota.

"[O que espero do] novo comandante é que a PM continue a mostrar eficiência, que continue a mostrar ser a melhor força policial do país", disse o secretário.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminPolícia Militarsao-paulo

Mais de Brasil

O que acontece agora após indiciamento de Bolsonaro e os outros 36 por tentativa de golpe de Estado?

Inmet prevê chuvas intensas em 12 estados e emite alerta amerelo para "perigo potencial" nesta sexta

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados