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Alberto Goldman defende que PSDB reveja candidatura de Aécio ao Senado

Para o ex-vice-presidente nacional do PSDB, manter a candidatura do senador traz um desgaste desnecessário ao partido político em ano de eleição

Aécio: nesta terça-feira, o STF decidiu tornar o político réu por corrupção (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Aécio: nesta terça-feira, o STF decidiu tornar o político réu por corrupção (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de abril de 2018 às 10h11.

São Paulo - No "day after" em que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réu por corrupção o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-governador de São Paulo e ex-vice-presidente nacional do PSDB Alberto Goldman, uma das lideranças históricas da sigla, defende que o partido reveja a candidatura dele ao Senado Federal nas eleições gerais deste ano.

Em entrevista à Rádio Eldorado, Goldman reconheceu que a decisão do STF traz um desgaste político ao PSDB, principalmente num ano eleitoral, por isso argumentou que a legenda deve ponderar com muito cuidado se deve ter Aécio candidato (à reeleição ao Senado) em Minas Gerais: "Uma candidatura majoritária de Aécio não me parece conveniente nessas eleições", avaliou.

A posição de Goldman é a mesma de outras lideranças do partido e do próprio presidenciável tucano, ex-governador Geraldo Alckmin, pelo temor de que o episódio possa gerar desgaste em uma campanha que promete ser muito acirrada e cujo cenário ainda está bem pulverizado.

Oficialmente, Alckmin, que também é presidente nacional da legenda, diz que Aécio é quem decidirá sobre seu futuro político. Mas, nos bastidores, há um movimento para tentar descolar esse episódio do partido como um todo, caracterizando-o com um problema pessoal do senador mineiro e não um modus operandi do PSDB.

"É um episódio individualizado, que não atingiu o partido em sua totalidade, mas do ponto de vista político trouxe um desgaste", afirmou Goldman à Rádio Eldorado.

Na entrevista, o ex-presidente nacional do PSDB disse que a obrigação da Justiça, neste caso, é levar as investigações adiante, fazendo ressalva de que "podem não existir provas contra Aécio, mas há indícios" e que alguém que foi presidente nacional da legenda não poderia jamais ter pedido dinheiro ou tido uma conversa daquelas com um empresário (Joesley Batista, do grupo J&F).

Para Goldman, a perda de liderança nacional de Aécio Neves é clara. "Se esvaiu, sua posição no PSDB ficou fragilizada", avaliou. Por isso defende que, mesmo que tenha prestígio junto ao seu eleitorado (em Minas Gerais), não seria conveniente para o PSDB que Aécio seja candidato a um cargo majoritário neste pleito. "O partido não tem culpa (do que ocorreu), mas sofreu um desgaste e vamos sofrer com isso na campanha", disse Goldman.

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