Calheiros e Temer: nas últimas semanas, o líder da bancada tem feito sucessivos ataques às principais propostas defendidas por Temer (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2017 às 13h20.
Última atualização em 4 de abril de 2017 às 13h35.
Brasília - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou nesta segunda-feira, 3, que "ainda não" rompeu com o presidente Michel Temer, do mesmo partido.
Em entrevista à TV Ponta Verde, de Maceió, Renan chegou a comparar o atual governo com o período em que a seleção brasileira era treinada pelo técnico Dunga.
"Do jeito que está, está parecendo a seleção do Dunga - e não precisamos mais do Dunga, precisamos do Tite para nos levar a um porto seguro", declarou, referindo-se ao atual técnico do time.
Durante a entrevista, Renan foi questionado se havia rompido com Temer. "Rompimento, ainda não. O que está ficando claro são posições diferentes do PMDB e do governo. Conversei com o presidente Temer várias vezes, e ele chegou a perguntar se a agilização do julgamento da chapa Dilma-Temer do TSE iria ajudar na devolução da legitimidade. E eu disse: 'Sinceramente, acho que não. Acho que o que vai devolver a legitimidade perdida é acertar a mão, escalar melhor, jogar para frente'", contou.
Na noite desta terça-feira, Renan organiza um jantar na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) com a bancada do PMDB. Ele busca apoio dos peemedebistas no embate que trava com o Palácio do Planalto contra a condução das reformas econômicas.
Nas últimas semanas, o líder da bancada tem feito sucessivos ataques às principais propostas defendidas por Temer, como a reforma da Previdência e a proposta da terceirização irrestrita para todas as atividades, sancionada na semana passada.