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AGU recorre à Câmara para anular votação de impeachment

Cardozo quer que o pedido de abertura de impeachment contra Dilma, que já tramita no Senado, volte para a Câmara e seja novamente submetido à votação


	José Eduardo Cardozo: A AGU já havia recorrido ao STF para tentar impedir a votação na Câmara, sem sucesso
 (Paulo Whitaker)

José Eduardo Cardozo: A AGU já havia recorrido ao STF para tentar impedir a votação na Câmara, sem sucesso (Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2016 às 15h49.

São Paulo - A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso junto à Câmara dos Deputados pedindo a anulação da sessão de 17 de abril em que foi autorizada a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, por entender que não seria possível a orientação de bancadas naquela sessão.

No recurso enviado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto declarado do governo Dilma, a AGU argumenta ainda que muitos deputados descumpriram decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ao citarem razões alheias às colocadas na denúncia contra Dilma.

"Percebe-se a completa desconexão entre a acusação e a maior parte dos fundamentos dos votos proferidos no plenário da Câmara dos Deputados, o que leva à invalidade do resultado, isto é, da autorização para abrir o processo de impeachment contra a presidenta da República", afirma a petição, assinada pelo ministro-chefe da AGU, José Eduardo Cardozo.

Na peça, Cardozo pede ainda que o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, que já tramita no Senado, volte para a Câmara e seja novamente submetido à votação.

A AGU já havia recorrido ao STF para tentar impedir a votação do pedido de impedimento de Dilma na Câmara, sem sucesso, e Cardozo já afirmou que o órgão não descarta voltar a recorrer à corte durante a tramitação do pedido de impedimento, sinalizando que o caso deve ser novamente judicializado.

O pedido de impeachment de Dilma está em análise em uma comissão especial do Senado que deve apresentar parecer sobre o assunto no dia 6 de maio, segundo o presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).

Se, em plenário, os senadores considerarem o processo admissível por maioria simples, Dilma será afastada da Presidência temporariamente por 180 dias, até a conclusão do julgamento, e o vice-presidente Michel Temer assumirá o cargo interinamente.

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