Brasil

AGU pede que STF determine prisão em flagrante de Anderson Torres, ex-secretário do DF

AGU pede também dissolução de atos antidemocráticos nos quartéis e remoção de conteúdos que promovam invasões a prédios públicos

 (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

(Isac Nóbrega/PR/Flickr)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 8 de janeiro de 2023 às 19h48.

A Advocacia-Geral da União (AGU), comandada por Jorge Messias, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão em flagrante do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, exonerado neste domingo, 8, em resposta aos atos golpistas em Brasília.

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), exonerou Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, após bolsonaristas invadirem o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), durante a tarde. A AGU, no entanto, cobra que o ex-secretário seja preso pela atuação à frente da SSP-DF durante o episódio.

Na petição enviada ao STF, a AGU pede que o STF tome uma série de medidas judiciais. Entre eles, a "prisão em flagrante de todos os envolvidos nos atos criminosos decorrentes da invasão de prédios públicos federais em território nacional, inclusive do Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e demais agentes públicos responsáveis por atos e omissões, avaliando, até mesmo, a adoção de outras medidas cautelares que impeçam a prática de novos atos criminosos".

LEIA TAMBÉM: Quem é Anderson Torres, secretário do DF demitido pela invasão ao Planalto

A AGU pede que o Supremo determine que as autoridades competentes apurem e responsabilizem civil e criminalmente os responsáveis pelos atos ilícitos, inclusive agentes públicos, além da realização de perícia e outros atos necessários para coleta de provas.

De acordo com o documento, é "indispensável a determinação de apreensão de todos os veículos e demais bens utilizados para transporte e organização dos atos criminosos". O STF deve pedir à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que mantenha o registro de todos os veículos que entraram no DF entre 5 e 8 de janeiro, diz a petição.

A AGU também pede que o STF garanta a imediata desocupação de todos os prédios públicos federais e a dissolução dos atos antidemocráticos nas imediações de quartéis e outras unidades militares, "valendo-se para tanto do uso de todas as forcas de segurança pública, inclusive dos estados da federação e do Distrito Federal".

Após a desocupação dos locais, a AGU cobra que seja mantida a segurança na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e das residências oficiais dos agentes políticos da União, para evitar "a ocorrência de novos delitos", enquanto for necessário.

Outro pedido da AGU é para que o STF determine que as plataformas de mídia e de redes sociais identifiquem e removam conteúdos que promovam incitação de atos de invasão e depredação de prédios públicos em todo o país. As redes devem interromper a monetização de perfis com essas características.

A AGU solicitou que as empresas de telecomunicações guardem por 90 dias registros de conexão suficientes para definir a geolocalização dos usuários que estão nas imediações da Praça dos Três Poderes e no Quartel General do Exército no DF.

 

Acompanhe tudo sobre:Advocacia-Geral da UniãoBrasíliaJair BolsonaroSegurança pública

Mais de Brasil

Prefeitura de SP faz projeção de imagens em homenagem ao Papa Francisco

'Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula', diz deputado ao recusar cargo de ministro

Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle e Ciro: Paraná Pesquisas simula cenários das eleições de 2026