Brasil

Agropecuária busca conhecimento tecnológico

Há informações sobre as relações rural-urbano, a partir das pesquisas populacionais, sociais, econômicas e ambientais


	Fazenda da SLC: o IBGE mapeou, também, o deslocamento espacial da fronteira agropecuária brasileira em direção às regiões Centro-Oeste e Norte
 (Cristiano Mariz/EXAME.com)

Fazenda da SLC: o IBGE mapeou, também, o deslocamento espacial da fronteira agropecuária brasileira em direção às regiões Centro-Oeste e Norte (Cristiano Mariz/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 12h54.

Rio de Janeiro - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou hoje (19) o Atlas do Espaço Rural Brasileiro, resultado do Censo Agropecuário 2006. Há informações sobre as relações rural-urbano, a partir das pesquisas populacionais, sociais, econômicas e ambientais.

O atlas revela que, dos seis biomas encontrados em território nacional, o que mais sofre pressão da agropecuária é o Pampa (71% ocupado com estabelecimentos agropecuários). Em seguida estão os biomas Pantanal (69%), Mata Atlântica (66%) e o Cerrado (59%).

A pesquisa mostra como o processo de modernização da agropecuária passou de um momento de grande mecanização para um de investimento em capital intelectual. O maior interesse ficou nas técnicas de irrigação, no uso de sementes certificadas e transgênicas, no acesso a assistência técnica, plantio direto, na transferência de embriões e confinamento e inseminação.

Em 2006, dos 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários identificados, 3,9 milhões (75,9%) eram geridos pelos donos, correspondendo a 69% da área total dos estabelecimentos. Entre os proprietários, 39% eram analfabetos ou sabiam ler e escrever sem terem frequentado escola e 43% não tinham completado o ensino fundamental.


As mulheres, que respondiam por 13% dos estabelecimentos agropecuários, tinham a maior taxa de analfabetismo (45,7%), contra 38,1% dos homens. As maiores taxas de analfabetismo, tanto para proprietários quanto para ocupantes, foram identificadas em municípios das regiões Norte e Nordeste.

Outra situação apontada pelo estudo é que em cerca de 40% dos estabelecimentos agropecuários não há prevenção ou controle da erosão.

A agricultura familiar, apesar de abranger 4,4 milhões de estabelecimentos agropecuários (84,4%), cobria 80 milhões de hectares, 24,3% da área. O Nordeste reunia cerca de 50% do total de estabelecimentos com agricultura familiar, além da maior área, 35% do total do país.

Na publicação, é possível verificar que a disponibilidade de água doce representa 53% do continente sul-americano e 12% do total mundial. Cerca de 90% dos recursos hídricos utilizados vão para a produção agrícola, produção industrial e consumo humano. A maior demanda de água é da agricultura irrigada.

Nos mapas é possível visualizar mais de 29 mil quilômetros de rios naturalmente navegáveis. A pesquisa ressalta que apenas 5% da safra de grãos é transportada pelas hidrovias. Ao longo das décadas de 1990 e 2000, o modal rodoviário respondeu por cerca de 70% do total transportado no país, contrastando com outros países, como os Estados Unidos (26%) e China (8%).

O IBGE mapeou, também, o deslocamento espacial da fronteira agropecuária brasileira em direção às regiões Centro-Oeste e Norte do país.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaCentro-OesteEstatísticasIBGERegião Norte

Mais de Brasil

Comissão do Senado aprova projeto que endurece regras contra devedor contumaz

'Tem gente que fuma para descontrair', diz líder da bancada da bala sobre maconha

PF avalia abertura de investigação contra deputado que ameaçou Lula: 'Quero mais é que ele morra'

Comissão de Segurança do Senado aprova porte de arma para defesa pessoal de advogados