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Agronegócio não pode ser culpado por queimada, diz ministra da Agricultura

Tereza Cristina afirmou que eventuais barreiras comerciais contra os produtos agrícolas do Brasil não se justificariam

Tereza Cristina: ministra da Agricultura disse que o agronegócio não pode ser culpado pelas queimadas na Amazônia (Adriano Machado/Reuters)

Tereza Cristina: ministra da Agricultura disse que o agronegócio não pode ser culpado pelas queimadas na Amazônia (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 12h17.

Brasília — As notícias sobre as repercussões das queimadas na Amazônia preocupam, mas o agronegócio não pode ser culpado pelo problema, assim como eventuais barreiras comerciais aos produtos agrícolas brasileiros não se justificariam, disse nesta sexta-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

"Vamos para ação, vamos ver quem está queimando, vamos punir quem precisa ser punido, quem está fazendo a coisa errada. Mas não podemos dizer que, porque neste momento nós temos um incêndio acontecendo ou uma queimada acontecendo na Amazônia, que o agronegócio brasileiro é o grande destruidor..." disse Tereza a jornalistas, ao ser questionada após evento no ministério.

Segundo ela, dessa forma, eventuais barreiras comerciais contra os produtos agrícolas do Brasil não se justificariam.

"Também tem uma parte ideológica, que eu acho que a gente precisa separar. E nós brasileiros temos a obrigação de defender o Brasil."

Origem dos incêndios

Na quarta-feira (21), Bolsonaro afirmou, sem provas, que as ONGs de preservação estariam envolvidas com as queimadas. Em resposta, o Observatório do Clima, rede que reúne cerca de 50 organizações não governamentais em prol de ações contra as mudanças climáticas, afirmou que o recorde de focos de incêndio  é apenas “o sintoma mais visível da antipolítica ambiental do governo de Jair Bolsonaro”.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por sua vez, atribuiu o recorde de queimadas no país à seca, ao vento e ao calor liberado para para a atmosfera, através das queimadas. Mas causas naturais não são suficientes para explicar a magnitude dos incêndios neste ano. Especialistas atribuem o inferno amazônico ao discurso “agressivo” do governo Bolsonaro em relação às questões ambientais e de clima, que daria “legitimidade” a investidas nocivas contra a floresta.

Exemplo: no dia 10 de agosto fazendeiros e grileiros no sudoeste do Pará cumpriram a promessa de fazer um “dia de fogo” e deliberadamente queimaram  uma área vegetada da região de Novo Progresso. Resultado? Um aumento de 300% nos focos de incêndio em comparação com o dia anterior, pelos registros do Inpe. Conforme a Folha, os produtores se sentiam “amparados pelas palavras do presidente” e, por isso, coordenaram a queima de pasto e áreas em processo de desmate para uma mesma data.

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