Lula: gabinete deve ter ao todo 37 ministérios, dos quais 21 já haviam sido oficializados até a última semana (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2022 às 06h00.
Última atualização em 26 de dezembro de 2022 às 07h09.
A poucos dias da posse presidencial, marcada para 1º de janeiro, a última semana do ano começa na expectativa dos anúncios que restam para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente eleito terá a partir desta segunda-feira, 26, as últimas reuniões antes de oficializar os indicados para mais de uma dezena de ministérios, incluindo pastas-chave, como Agricultura, Planejamento e Meio-Ambiente.
No total, já foram revelados os indicados para 21 pastas. Rui Costa (PT-BA), futuro ministro da Casa Civil, disse que o governo Lula terá 37 ministérios.
Segue a expectativa para o futuro de aliados importantes, como a ex-ministra e deputada eleita por São Paulo, Marina Silva (Rede-SP), e a terceira colocada na eleição presidencial, a ex-senadora Simone Tebet (MDB-MS) — ambas ajudaram a campanha de Lula a construir o que se chamou de uma "frente ampla" na disputa contra o presidente Jair Bolsonaro.
Ao longo dos últimos dias, reuniões ocorreram entre as partes para discutir a distribuição dos cargos.
A tendência é que Marina Silva volte de fato ao Meio-Ambiente, cargo que já ocupou entre 2003 e 2008, nos primeiros governos Lula.
Uma das possibilidades ventiladas era de que Tebet ficasse com o Meio-Ambiente, enquanto Marina ficaria com o cargo de Autoridade do Clima, uma autarquia que deve ter papel relevante no próximo governo, incluindo em negociações internacionais (cargo como o do "czar do clima" que John Kerry ocupa no governo Joe Biden nos EUA). Mas Marina teria negado o cargo de Autoridade (o que ela não confirma). Além disso, houve resistência de organizações e ativistas ambientais sobre o nome de Tebet na pasta.
Uma das possibilidades que chegaram a ser ventiladas para Tebet é a pasta de Cidades, mas um imbróglio é que o MDB deseja também o cargo — o partido afirma que Tebet é da "cota pessoal" de Lula, e não um dos cargos da legenda. Tebet também é sondada para o Planejamento.
A princípio, a ex-senadora sabidamente pediu a pasta do Desenvolvimento Social, que cuida do Bolsa Família, mas o ministério era caro ao PT pelo histórico do partido com a pauta. O Desenvolvimento Social terminou ficando com o ex-governador do Piauí e senador eleito, Wellington Dias (PT-PI).
Dentre alguns dos ministérios que faltam ser anunciados, estão ainda pastas cruciais para a economia, como o Ministério da Agricultura. Fontes já afirmaram que o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) foi o escolhido, mas falta a oficialização do nome.
Fávaro foi eleito em 2018 e, antes disso, ganhou notoriedade pelo trabalho à frente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT).
Outro cargo aguardado é o do Ministério do Planejamento, que dividirá o grosso da pauta econômica com o Ministério da Fazenda (comandado por Fernando Haddad, do PT). Haddad e o vice-eleito Geraldo Alckmin (PSB) vinham tentando convencer o economista André Lara Resende, que participou da transição, a aceitar o cargo. Lara Resende já negou, mas acredita-se que o economista ainda possa mudar de ideia. Dentre os nomes ventilados estão ainda a própria Simone Tebet (o nome de Renan Filho também apareceu pela cota do MDB, mas possibilidade é remota).
No caso de Tebet no Planejamento, o convite teria sido feito por Lula na sexta-feira, segundo o portal G1. Um dos entraves seria a falta de afinidade da senadora com a agenda econômica do PT. O cargo segue aberto e só reuniões nas próximas horas devem selar a questão.
Na semana passada, Lula já preencheu alguns dos postos chave que faltavam, como o Ministério da Educação (Camilo Santana, ex-governador do Ceará e senador eleito, do PT), da Saúde (Nísia Trindade, presidente da Fiocruz), das Relações Institucionais (Alexandre Padilha, do PT), da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (Geraldo Alckmin), entre outros. Veja a lista dos anunciados.