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Peritos dizem que agressor de Bolsonaro tem doença mental

Réu confesso do ataque cometido antes das eleições contra o presidente pode não ser punido pelo crime, caso seja comprovado instabilidade

Adélio Bispo de Oliveira: autor da facada em Jair Bolsonaro em 06 de setembro de 2018 sendo levado pela PF (Ricardo Moraes/Reuters)

Adélio Bispo de Oliveira: autor da facada em Jair Bolsonaro em 06 de setembro de 2018 sendo levado pela PF (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2019 às 16h32.

Última atualização em 7 de março de 2019 às 16h49.

São Paulo — Documento elaborado por peritos da Justiça Federal afirma que Adélio Bispo de Oliveira — homem que esfaqueou o presidente Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora (MG) — sofre de uma doença mental.

Caso essa conclusão seja confirmada, Adélio pode ser considerado inimputável perante a Justiça Criminal.

Segundo apurou a TV Globo, o laudo entregue à Justiça em fevereiro aponta que o agressor sofre de uma doença chamada transtorno delirante permanente paranoide, sendo considerado inimputável.

Os psicólogos e psiquiatras responsáveis pelas entrevistas informaram que Bispo diz não ter cumprido sua missão, e que ainda considera matar o presidente quando possível.

O procurador da República Marcelo Medina afirma que a perícia médica encomendada pela Justiça Federal resultou em dois laudos divergentes e que o documento apresentado pela defesa de Bispo, também.

Em nota enviada à reportagem, o Ministério Público Federal em Minas Gerais afirma que "nada pode informar sobre o teor dos três laudos e sobre o andamento do processo", mas informa que foi solicitado esclarecimentos complementares por "entender que há divergências relevantes".

Tanto a defesa de Bolsonaro como de Adélio terão prazo para solicitar esclarecimentos.

Entenda o caso

Em 6 de setembro do ano passado, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), Adélio Bispo esfaqueou o então candidato à presidência Jair Bolsonaro.

Ele foi preso em flagrante e confessou o crime. Depois, foi denunciado pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais por atentado pessoal por inconformismo político, enquadrado na Lei de Segurança Nacional. A Justiça recebeu a ação.

A defesa de Adélio chegou a ser alvo de busca e apreensão e o inquérito sobre um possível mandante do atentado contra Bolsonaro estava em fase de análise dos materiais apreendidos com os advogados dele.

A investigação, no entanto, foi suspensa pelo Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), acolhendo pedido do Conselho Federal da OAB.

Na semana passada, a Polícia Federal (PF) apresentou ao presidente áudios que mostram o possível interesse do Primeiro Comando da Capital (PCC) no ataque.

As conversas foram captadas pelo setor de inteligência e sustentam uma das linhas de investigação de inquérito que apura se Adélio agiu a mando de alguém.

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