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Agência Rural eleva safra de soja do Brasil e prevê novo recorde

Aumento da área plantada no Mato Grosso fez a consultoria elevar a previsão; produtores são mais cautelosos sobre recorde

Segundo a Agência Rural, a safra pode chegar a 69,43 milhões de toneladas (Antônio Milena/VEJA)

Segundo a Agência Rural, a safra pode chegar a 69,43 milhões de toneladas (Antônio Milena/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2011 às 12h02.

São Paulo - A previsão de safra de soja do Brasil em 2010/11 elaborada pela Agência Rural foi revisada para cima e deverá atingir um recorde de 69,65 milhões de toneladas, informou a consultoria que tem a maior estimativa para a produção da oleaginosa no país nesta temporada.

No levantamento do mês passado, a Agência Rural previa uma safra de 69,43 milhões de toneladas, contra 68,7 milhões de toneladas da temporada passada.

Mas, com um ligeiro aumento na área plantada em Mato Grosso e a manutenção da produtividade média esperada para o Brasil, a consultoria acabou revisando seus números de produção. Agora prevê um plantio recorde no Brasil de 24,12 milhões de hectares, contra 23,4 milhões de hectares em 2009/10.

"A nossa (previsão de) área no leste de Mato Grosso estava meio subestimada. Não mexemos na produtividade, porque não vemos problemas climáticos. Então continuamos esperando uma grande safra", disse nesta segunda-feira Daniele Siqueira, analista da Agência Rural.

A previsão da consultoria está acima do que apontam levantamentos de outras empresas de análises de mercado e indica uma safra bem maior do que prevê a indústria --a Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais) manteve a sua previsão nesta segunda-feira em 67,2 milhões de toneladas.

"Acredito que a maioria das consultorias deve ter feito algum ajuste na produtividade por conta do La Niña. A gente não fez isso. Usou apenas a linha de tendência, e como não temos tido problemas com o clima...", acrescentou a analista.

Em anos de La Niña, o clima tende a ser mais seco no verão, nos Estados do Sul do Brasil. Mas até o momento apenas o extremo sul do Rio Grande do Sul e algumas áreas isoladas do Estado, o terceiro produtor brasileiro, têm sofrido com o fenômeno climático.

A produtividade média prevista para o Brasil pela Agência Rural é de 48,1 sacas de 60 kg por hectare, contra 48,8 sacas por hectare da safra 2009/10.

"É um pouco menos porque no ano passado foi excepcional", explicou.

Chuvas preocupam 

A possibilidade de as chuvas se manterem em volumes elevados no Centro-Oeste preocupa o setor de soja, uma vez que a safra deste ano já chegará ao mercado mais tarde na comparação com o ano passado, uma vez que o plantio em Mato Grosso atrasou cerca de um mês em relação a 2009/10.

A preocupação com as chuvas, acrescentou Daniele, está mais relacionada à questão logística em Mato Grosso, uma vez que o plantio foi concentrado e a colheita também deve ser.

Quando chove, a colheita é interrompida.

"Pode até ter algum problema de qualidade no grão, dependendo da chuva, pode ficar menor, mas o que mais assusta é o problema logístico, comentou ela, lembrando que boa parte dos produtores estará colhendo em fevereiro.

Relatório do Imea, instituto ligado aos produtores de Mato Grosso, apontou que somente 0,7 por cento da área do Estado havia sido colhida até a última quinta-feira.

A Agência Rural estima que o Estado terá colhido, entre janeiro e fevereiro, 1,9 milhão de hectares, contra 3 milhões de hectares no mesmo período do ano passado, por conta do plantio mais atrasado em 2010/11.

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