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Agência de Valério era tocada 'a três mãos', diz relator

A manifestação indica que Barbosa votará pela condenação de Marcos Valério e dos dois antigos sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach pelo crime de lavagem de dinheiro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2012 às 19h52.

São Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, afirmou nesta segunda que a SMP&B Comunicação era uma empresa tocada "a três mãos". A manifestação indica que Barbosa votará pela condenação de Marcos Valério e dos dois antigos sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach pelo crime de lavagem de dinheiro. A defesa dos dois ex-sócios de Valério pediu a absolvição deles com o argumento de que ambos não tiveram participação no esquema criminoso.

Segundo o relator, o argumento deles "não tem como prosperar". Barbosa disse que eles chancelaram os empréstimos simulados tomados pela SMP&B e pela Graffiti Participações, outra empresa do grupo. O ministro destacou que eles também atuaram na fraude da contabilidade da SMP&B. "Em tal esquema havia uma divisão de tarefas, comum em grupos criminosos", observou.

Barbosa destacou que Valério atuou "intensamente" em todas as principais ações. Citou como exemplos o fato de ser fiador dos empréstimos e de ter confessado, em um dos depoimentos espontâneos que prestou à Procuradoria-Geral da República, o esquema de lavagem de dinheiro operado com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Segundo Valério, o petista disse que os recursos eram para pagar fornecedores de campanha do PT e de partidos aliados. "As informações que lhe foram passadas detalhadamente eram no sentido de que esse dinheiro não entraria na contabilidade oficial do partido", afirmou Valério, segundo mencionou o relator.

O ministro observou que Valério mudou de versão várias vezes ao longo da instrução do processo. A pedido de Barbosa, a sessão desta segunda foi suspensa para que fosse realizado um intervalo.

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