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Africano Souleymane teme agora retornar a Cascavel

O primeiro paciente internado no Brasil com suspeita de ebola está com receio devido às manifestações racistas e xenófobas publicadas em redes sociais


	Paciente com suspeita de ebola é transferido de Cascavel, no Paraná, ao Rio
 (Vanderlei Faria/Divulgação/Prefeitura de Cascavel)

Paciente com suspeita de ebola é transferido de Cascavel, no Paraná, ao Rio (Vanderlei Faria/Divulgação/Prefeitura de Cascavel)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 12h03.

Rio - O africano Souleymane Bah, de 47 anos, primeiro paciente internado no Brasil com suspeita de estar com Ebola teme voltar para Cascavel, no Paraná, devido às manifestações racistas e xenófobas publicadas em redes sociais.

"Ele ficou sabendo que foi identificado pela imprensa e tem receio de sofrer discriminação quando retornar", contou o infectologista José Cerbino, da Fiocruz, que tratou o paciente desde sua internação no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.

Souleymane soube que a contraprova confirmou o exame negativo para a doença às 16h30 de segunda-feira, 13, quando os médicos entraram no seu quarto já sem as roupas de proteção. Ele já está em um quarto comum e caminha pelo hospital normalmente.

Na manhã desta terça-feira, 14, o guineano fez novos exames de sangue e passou por tomografia para tentar identificar a causa de sua febre inicial. A pedido do paciente, os médicos não divulgarão informações sobre a doença, que está sendo investigada. Ele já fez testes rápidos para dengue, malária e HIV. Todos deram negativo.

O paciente deve deixar o instituto assim que for resolvida a questão do transporte. Ele não quer ser filmado nem fotografado, e pediu discrição aos médicos.

A equipe que tratou o africano avaliou que os procedimentos de segurança foram corretos e correram conforme o planejado, sem risco de uma possível contaminação caso ele estivesse com ebola. Os profissionais continuarão em treinamento.

O vice-presidente da Fiocruz, Valcler Rangel, ressaltou que em nenhum momento houve risco para funcionários e frequentadores do campus de Manguinhos. Desde a semana passada estão sendo realizados eventos na Fiocruz e no Museu da Vida, que fica dentro do campus.

Pais e mães procuraram a instituição preocupados com o suposto caso da doença. "Mesmo se houvesse caso de ebola, não haveria nenhum risco de contaminação", afirmou Rangel.

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